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Sinopse:
(…) Monólogo de um Idiota consiste numa reflexão sobre as vias oportunistas de se obter sucesso e, obtendo-se, sobre a arte de humilhar os outros. (…) E inicia-se a sátira. Esta técnica estilística é a adequada à denúncia dos males, excessos, aleijões, injustiças e disformidade éticas presentes na sociedade. É justamente este objectivo do conto Monólogo de um idiota – a acusação e denúncia dos entorses sociais e individuais que presidem de um modo majestático às relações entre as pessoas. Levado ao seu máximo limite, Monólogo de um idiota poderia transformar-se, na intenção e na mensagem, em O Elogio da Loucura, de Erasmo, publicado em Paris há cerca de meio milénio. Com efeito, mais do que as boas intenções e a limpidez das palavras, são a malícia, a perfídia, as segundas intenções manipuladoras e as palavras semanticamente ambíguas que governam o mundo. (…) ¶ [Miguel Real] ************************************************************** (…) Eu era, na verdade, um “preparador de trabalho”. Todos dependiam do meu desempenho. E às vezes levava cada monte de papéis… Um dia até me começou a doer a coluna. Fui ao médico e ele disse-me: “Só pode levar um papel de cada vez. Isto é doença profissional, senão tem de vir cá outra vez”. Assim comecei a fazer, há coisa de dois meses. ¶ Mundo ingrato! Mas o que me preocupa é a eficácia da Administração. Apenas e só. Eu cá me arranjarei duma forma ou de outra. Não tenham dó… Agora o serviço, como vão eles trabalhar se não estou lá eu para lhes levar os papéis? Para os ajudar?… ¶ Pois, então que se arranjem! Ainda hão-de vir cá pedir “batatinhas”…, mas eu lhes direi umas quantas verdades… Quem julgam eles que eu sou? Eu sou um funcionário essencial. Não perceberam tal? Tivessem percebido. Compreendido? Eu não sou nenhum dispensável, eu sou um funcionário respeitável… Mas, pelo sucesso da administração, e pela população, até poderei voltar, mas isso tem de ser muito bem conversadinho… ¶ Por tudo isto andava e ando triste, desanimado, desalentado, irritado, desfasado e como é que eu disse?… Ah! Atormentado, é isso. Já não me lembrava. Atormentado. Que feliz expressão. É isso… (…) [Autor].
Índice:
AUTOR
Rogério Paulo da Silva Moura nasceu na Sé, Porto, a 5 de Outubro de 1959. Advogado, publicou alguns artigos em publicações da Ordem dos Advogados, fez parte do Conselho Geral da OA e foi Vice-Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados. ¶ Portuense e portista praticou futebol federado, foi treinador diplomado de futebol. ¶ Colaborou no trissemanário desportivo Gazeta dos Desportos. ¶ Apaixonado pela música, especialmente de Mozart, publicou artigos no suplemento musical Som 80, do jornal Portugal Hoje. ¶ Nos anos noventa foi Presidente da Junta de Freguesia de Algueirão – Mem Martins e deputado municipal da Assembleia Municipal de Sintra, tendo ao longo da sua vida vasta participação cívica, em Associações desportivas e culturais e de solidariedade social. Fundador e responsável pelo T.P.C. – Teatro para Cynthia –, grupo de teatro da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB 2/3 D. Fernando II, em Sintra, escreveu guiões encenados e representados. Foi Presidente dessa Associação. Recentemente publicou quatro poemas na coletânea de poesia e texto poético da lusofonia Paradigma(s), das edições Colibri.
Detalhes:
Ano: 2016
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 80
Formato: 21x15
ISBN: 978-989-689-609-6
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