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Sinopse:
Neste ensaio analisa-se a génese e o faseamento da obra de Carlos de Oliveira, entre 1942 e 1978, desde a “solidão solidária” ao tema do “homem acossado”, com destaque para a complexa articulação entre a sua obra e o ideário neo-realista (uma escrita de intervenção sociopolítica), a relevância da metáfora especular, a reinvenção/reescrita da paisagem matricial gandaresa, a crítica à condição sociocultural da mulher burguesa, os labirintos do ocaso e a pertinência do conceito do escritor como artesão das palavras e inventor de jogos.
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No romance Finisterra – Paisagem e Povoamento, cúpula e síntese da sua anterior obra romanesca e poética, narra-se simultaneamente uma regressão à infância e uma progressão para o fim, relevando-se, nesta intersecção de tempos, um tenso confronto entre as metamorfoses da memória e o seu tendencial apagamento, os sinais e a sua indiferenciação, o real (a paisagem gandaresa e os seus povoadores) e as modalidades da sua representação/ reinvenção estética.
Índice:
Introdução
1. A solidão solidária em Carlos de Oliveira e a poética neo realista: compromissos, tensões e suspeições 1.1. A fase da vocalidade coral épico lírica 1.2. «Sou convosco a treva florescendo» 1.3. O elogio do «estilo» versus a «primazia do conteúdo»: polémicas internas e suspeições 1.4. A crítica à sociedade de consumo e o ecologismo 1.5. A agónica solidão: o tema do “homem acossado” (1950-1974)
2. A juvenília coimbrã e a génese do Neo Realismo 2.1. Dois romances de Fernando Namora e Vergílio Ferreira sobre a juvenil geração coimbrã neo realista 2.2. O compromisso de Carlos de Oliveira com o ideário neo realista: a generosa e fraterna militância cultural e política 2.3. Coimbra nos romances juvenis e na poesia de Carlos de Oliveira: da melancolia elegíaca ao despertar da rebeldia
3. A matricial paisagem povoada: inscrição e reinvenção ficcional 3.1. A Amazónia e a Gândara 3.2. Alcateia: a terra madrasta, os camponeses, os poderosos e os quadrilheiros 3.3. Casa na Duna: fundação, instabilidade, corrosão e declínio 3.4. Pequenos Burgueses: os enredos eróticos e sociopolíticos da burguesia gandaresa e as andanças do manco Raimundo 3.5. Uma Abelha na Chuva: o mel e o fel (o fogo de neve) 3.6. Inovações e reescritas: reinventar se sucessivamente através das palavras que dizem o seu lugar no mundo
4. Do útero indiferente ao erotismo imaginado: as personagens femininas nos romances de Carlos de Oliveira
5. Finisterra – Paisagem e Povoamento: as estratificações da memória, os simulacros e as metamorfoses do real 5.1. Paisagem fundadora e tempos da crepuscularidade 5.2. O povoamento da memória 5.3. As encenações das reproduções da paisagem: fidelidades e infidelidades 5.4. A predestinação, o acaso e os determinismos económico sociais 5.5. O desenho da criança: uma configuração onírica do sacrificial colectivo camponês da Gândara 5.6. A representação do feminino: o fantasma da esterilidade, a mãe, a serva e a prostituta sagrada 5.7. O halo e a indiferenciação 5.8. Alquimia e rituais iniciáticos: as miragens salvíficas da casa 5.9. Os labirintos do ocaso
Bibliografia
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O AUTOR
VÍTOR VIÇOSO é professor aposentado da Faculdade de Letras de Lisboa, onde se doutorou em Literatura Portuguesa (1989). Publicou diversos ensaios em revistas e volumes colectivos, com particular incidência em temas e autores do Romantismo, do Decadentismo-Simbolismo e do Neo-Realismo. De destacar o livro A Máscara e o Sonho – Vozes, Imagens e Símbolos na Ficção de Raul Brandão (2021; 2.ª ed. revista e aumentada) e A Narrativa no Movimento Neo-Realista – As vozes Sociais e os Universos da Ficção (2011).
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 164
Formato: 23x16
ISBN: 9789895661589
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