Tempos de Fúria

Memórias do massacre de Homoíne, 18 de Julho de 1997




Recomendar livro a um amigo
Autoria: Hassane Armando

Sinopse:

Quando chegou a hora, por volta das 5h00, ouvimos o primeiro tiro que nos despertou do sono, [...]. O papá sossegou-nos dizendo que se tratava dos homens da patrulha, uma vez que sempre ao recolher da vigia tinham o hábito de disparar. Era o começo. Daí em diante, sucessivos disparos alvejavam, estrondeavam e estremeciam a terra, os seres vivos e os não vivos, naturais e artificiais. [...] O ataque aconteceu num dia com um clima normal. Não havia nuvens nem chuva. A temperatura e a ventania eram normais. Mas o dia ia a tornar-se escuro devido ao fumo das armas. Tudo era iluminado pelas próprias balas disparadas que até se embatiam em busca das pessoas. As árvores, as casas e as próprias pessoas eram derrubadas. Parecia um dia de grandes ciclones." (pp. 49-50). *************************************************************** “Hassane Armando é um daqueles jovens que foi vítima da história do seu próprio país. Viveu uma infância marcada pelos piores traumas que uma criança da sua idade podia passar: grandes incertezas, insegurança generalizada e riscos até da sua própria vida. Mas, nem com isso perdeu a coragem e soube dar sentido a sua vida. Ele soube inverter com sucesso a sua posição de vítima para sujeito da historicidade do seu país. Tempos de Fúria: Memórias do Massacre de Homoíne, 18 de Julho de 1987, Moçambique é pequeno, mas bastante comovente testemunho de um jovem moçambicano que viveu e sentiu a fúria e a violência da guerra civil moçambicana opondo a Resistência Nacional Moçambicana, hoje (Renamo), e o Governo liderado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que nos relata, de uma maneira bastante simples e com muita naturalidade, episódios bastante marcantes da história da sua vida, num tom semelhante ao seu próprio carácter.” [Henrique Francisco Litsure (Universidade Pedagógica Sagrada Família da Maxixe, Moçambique), in Prefácio]

Índice:

Lista de mapas e imagens

Apresentação, por Luiz Henrique Passador

Prefácio, por Henrique F. Litsure


Agradecimentos

Introdução

Capítulo 1 – Precedentes do massacre

Capítulo 2 – 17 de Julho: a véspera

Capítulo 3 – 18 de Julho de 1987: o massacre de Homoíne

Capítulo 4 – Dias depois

Capítulo 5 – Minha família

Capítulo 6 – Rapto para as bases da Renamo

Capítulo 7 – Chegada às bases da Renamo

Capítulo 8 – Vida nas bases da Renamo

Capítulo 9 – Recrutamento e fuga

Capítulo 10 – Depoimentos de algumas vítimas do massacre

Epílogo

Notas autobiográficas do autor

Posfácio: Para uma história social da guerra civil moçambicana, por Michel Cahen



AUTOR:

HASSANE ARMANDO é filho de Armando Sique Guambe e Mequelina Francisco Lambo, nascido aos 23 de Fevereiro de 1975, em Moçambique, em Cassiano-Inhambane, residente no Bairro 18 de Julho, Distrito de Homoíne, Província de Inhambane. A 18 de Julho de 1987, data do massacre, aos seus 12 anos de idade, a frequentar a 5ª classe, foi raptado para as bases da Renamo, onde viveu o cativeiro durante 1 ano e 10 meses. Conseguiu fugir de volta para a vila de Homoíne em Maio de 1989. Em 1991 concluiu o ensino primário. Em 1998 terminou o ensino técnico básico em agro-pecuária, na Escola Agrária de Inhamússua-Homoíne. Em 2000 fez o ensino pré-universitário, no Seminário Propedêutico Franciscano Santo António em Chimoio. Em 2001 ingressou na carreira de docência leccionando na Escola Primária de Muvamba e de Nhachengue, no ano seguinte, ambas no Distrito de Massinga. Em 2004 gravou um disco de 9 músicas. Em 2006 conseguiu transferência para Homoíne, onde foi afecto na Escola Secundária 25 de Setembro de Homoíne. Em 2007 foi dotado de matéria de tutoria para os centros de apoio e aprendizagem (CAA) do programa do ensino secundário à distância (PESD), função que até hoje desempenha na Escola Secundária 25 de Setembro de Homoíne. No mesmo ano de 2007 escreveu a presente obra, Tempos de fúria. Memória do Massacre de Homoíne, 18 de Julho de 1987. É o primeiro moçambicano que escreve as suas memórias da guerra civil, sobretudo do massacre de Homoíne. De 2008 a 2011 concluiu a Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa, na Universidade Católica de Moçambique.

Detalhes:

Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 174
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-737-6
Comentários de utilizadores

Não existem Comentários


Adicionar Comentário
carrinho de compras
notícias
16/05/2024
SEIVA – POEMAS REUNIDOS (1978-2023), da autoria de Manuel Pedro Ferreira
LANÇAMENTO: Dia 16 de maio (5.ª feira), às 21h30, no O'culto da Ajuda, em Lisboa. Apresentação: João Quaresma Dionísio (Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

04/05/2024
CIDADANIA, DEMOCRACIA E JUSTIÇA GLOBAL – MARTHA NUSSBAUM E ADELA CORTINA, da autoria de Maria do Céu Pires
LANÇAMENTO: Dia 4 de maio (sábado), às 16h00, no Centro de Ciência Viva, em Estremoz. Apresentação: Elísio Gala

28/04/2024
LORIGA – CONTRIBUTO PARA UM PLANO DE INTERVENÇÃO TURÍSTICA, da autoria de Horácio M. M. de Brito
LANAMENTO: 28 de abril (dom.), às 15H00, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Loriga. Apresentação: Dr Rogério Figueiredo (Prof. do Ens. Secundário) e Prof.ª Doutora Manuela Mendonça (Presidente da Academia Portuguesa da História)

30/07/2021
UNION HISPANOMUNDIAL DE ESCRITORES outorga o Escudo de Prata a Edições Colibri
EM RECONHECIMENTO PELO SEU APOIO À LITERATURA

25/05/2018
POLÍTICA DE PRIVACIDADE E PROTECÇÃO DE DADOS (RGPD)
RGPD: Como é do conhecimento público, o novo Regulamento Geral de Proteção de Dados é aplicável desde 25 de maio 2018 em todos os Estados-Membros da União Europeia. Navegar no nosso site implica concordar com a nossa política de privacidade (ver AQUI: https://drive.google.com/file/d/1DiXJS-AUwZBB7diQJS5xWrFBDLedWG9c/view). Se não concordar, pode contactar-nos pelos canais alternativos: e-mail ou telefone.

18/03/2018
A Colibri no Youtube
www.youtube.com/channel/UCh1qOgVfD928sohgDxoDSGA/videos

29/07/2013
Colibri no Facebook
A nossa página no Facebook www.facebook.com/EdicoesColibri

31/05/2013
CONTACTO
Contacto telefónico 21 931 74 99 “Chamadas para a rede fixa nacional (PT), de acordo com o tarifário do utilizador” ___________________________________ [O telefone n.º 21 796 40 38 deixou de estar ao serviço da Colibri]