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Sinopse:
Este novo livro de Adolfo Maria é uma das obras mais abrangentes publicadas nos últimos tempos sobre Angola na medida em que articula a situação deste país com as de outros países africanos e respectiva evolução histórica, tanto a norte como a sul, ao ritmo dos acontecimentos que se sucederam em África e que constituem a actualidade desta parte do mundo. O livro inscreve-se assim na vasta e valiosa literatura de investigação publicada em diversas línguas. Olhando para o seu país, o autor não deixa de abordar questões candentes que ainda vêm do passado (a história do nacionalismo angolano e suas repercussões na vivência do país desde a independência, o tema fracturante do 27 de Maio ou de outras dissidências, a guerra e o processo de paz, o significado político das eleições, o processo e objectivos políticos que levaram à adopção da Constituição de 2010, a crispação inter-partidária que por vezes atinge picos de verdadeira intolerância ou ainda algo de mais recente mas que merece uma atenção redobrada pelo seu significado político e social e pelas consequências que daí possam advir, as manifestações de jovens que desde 2011 agitam Luanda. Tudo somado leva Adolfo Maria a escrever: ‘os dirigentes dos partidos têm de respeitar-se uns aos outros e, sobretudo, têm de representar os cidadãos. Como? Pensando mais no país do que em si próprios. Está na hora de sabermos conviver nas nossas diferenças, de sabermos ver no outro um nosso igual’. Por isso, os escritos sobre os temas convivência e cidadania são substancial parte da obra. O interesse deste livro é, pois, imenso e tal deve-se também ao facto do autor se preocupar em fazer a cada passo propostas construtivas que os políticos angolanos seriam bem inspirados em tomar seriamente em consideração. Adolfo Maria deixa muitas pistas de reflexão. [Prefácio de Adelino Torres e Manuel Ennes Ferreira]
Índice:
Explicação sobre a colectânea
Prefácio
ANGOLA
1. Da história e para a História Quando a Polícia de Salazar, a PIDE, começou a fazer razia em Angola O 4 de Fevereiro de 1961 O 15 de Março de 1961 O papel da Rádio Angola Combatente Guerra popular prolongada Os efeitos económicos duma guerra prolongada Os efeitos políticos da guerra prolongada Sobre a Revolta Activa Actividade jornalística no exílio português As grandes manobras na África Austral A sucessão de Agostinho Neto – premissas e realidades Em África a luta continua… (entre os super-grandes) Angola-Namíbia. Que desenlace? Sobre a efémera colaboração em O Jornal Angola – grandes potências jogando forte Manobras de conjunto e rivalidades ocidentais em Angola RPA: lutas no seio do poder Grupo de Reflexão: as suas diligências para a obtenção da paz Bicesse, o ponto de partida Angola – colonialismo, independência e lutas Entrevista à Rede Angola
2. Temas políticos A visita do presidente angolano a Portugal Rescaldo da visita do Papa a Luanda A paz começava há sete anos, falta o resto Pretensões independentistas na Lunda Norte Tensões entre Angola e a R.D. do Congo O caso Miala é só a ponta dum iceberg O modelo constitucional angolano – novas preocupações Uma democracia com conteúdo – precisa-se em Angola A responsabilidade das elites angolanas Processo constitucional e eleições Angola independente há 34 anos Os ciclos do MPLA A propósito de um congresso do MPLA Novo e imenso governo em Angola Kamalata Numa e a «nação crioula» Manifestações e agitados espíritos A manifestação que não foi Rescaldo de uma proíbida manifestação Hábitos dos tempos da ditadura que permanecem O desaparecimento de Savimbi Eleições e sucessões A sucessão de José Eduardo dos Santos A propósito de manifestações As eleições de 2012 em Angola Rescaldo das eleições de 2012 O simbólico poderoso da posse do primeiro presidente eleito de Angola Populismo versus reflexão O trauma do 27 de Maio – para quando a catarse? Relações Angola-Portugal Dez anos de paz – um balanço Nos 38 anos de independência Balanço de 2013 em Angola e perspectivas
3. Temas económicos O desenvolvimento rural em Angola Alertas sobre a agricultura angolana Interrogações sobre o sector agrícola Mega projectos e pioneiras iniciativas rurais Agricultura em Angola – questões que levanta Agricultura – sector subestimado Um milhão de casas, um bilião de problemas Contas públicas – enigmas vários Fragilidades da economia angolana Avisos a ter em conta
4. Questões sociais, políticas e de cidadania Interrogações sobre a educação em Angola A questão da água Direitos humanos e exclusão social Saber construir um estado moderno Justiça em Angola: casos para meditar Maus sinais da sociedade angolana O perigo da desestruturação Comemorar a independência a pensar Comemorar, pensando E assim se passou o 35º aniversário Por uma narrativa histórica do real A cultura de exclusão no nacionalismo angolano Modernidade e futuro Cosmopolitismo – ontem e hoje Pensar livre nesta Angola onde tanto se discute Intelectuais: anjos, demónios ou…? Democracia – exclusão ou convivência? Cidadania versus cultura de exclusão
5. Da cultura A Sociedade Cultural de Angola e o seu jornal Cultura Inquérito à actividade cultural em Angola A Afonso Duarte A juventude e a cultura física Resgate da memória nacionalista – o livro sobre Tchiweka A necessária tarefa de reavivar a memória – o C.V.A.A.R.
6. Como era nesse tempo O liceu, a cidade, a sociedade O saudoso Clube Atlético de Luanda
7. Resenhas Biográficas Explicando as resenhas biográficas Viriato da Cruz Mário Pinto de Andrade Liceu Vieira Dias Hugo Azancot de Menezes Fernando Paiva Joaquim Pinto de Andrade Gentil Viana Adriano Sebastião Alda Espírito Santo Helena Maria João Vieira Lopes
ÁFRICA
Para lá duma guerra limitada africana A periférica África e o “centro” Uma conferência da O.U.A. algo diferente Na Zâmbia, a conferência da Commonwealth Perspectivas africanas e prospectivas As “súbitas” viragens em África A França joga… e ganha em África – 1 A França joga… e ganha em África – 2 Uma África para dar que falar Sara – país a emergir do sangue Sara – mais guerra para fazer a paz Tortuosos caminhos para o Zimbabwe Algo de novo na África Austral África do Sul – uma política de grande potência Apartheid e crise na minoria branca Força e fraquezas da África do Sul Zimbabwe, olhos no futuro Libéria – queda de um «appartheid» negro A fragilidade do poder em África 1980 – ano africano do Brasil Mobutu próximo do fim? Sobre a Guiné Bissau A terra nas relações de produção e o futuro Sobre a Conferência de Povos de Língua Portuguesa África – encontrar a modernidade nos caminhos da história A queda do regime tunisino Um certo 25 de Abril que libertou povos A violência em África Cosmopolitismo, África e os nossos países
In memoriam de Mandela
ASSUNTOS VÁRIOS Setembro 1939 Problemas do terceiro mundo interessam a Portugal? Ex-colónias e imprensa portuguesa Dois biliões de famintos… entretanto… Racismo, um legado do colonialismo Lições de Dilma Roussef aos líderes europeus A exortação papal evangelii gaudium – um Vaticano renovado Crises, falácias e debate Abreviaturas que aparecem no texto
O AUTOR:
Adolfo Maria nasceu em Luanda em 1935 e, desde jovem, se entregou ao combate pela independência de Angola, nas suas vertentes cultural, política e armada. Foi membro e fez parte dos corpos dirigentes da Sociedade Cultural de Angola e do Cine-Clube de Luanda, do corpo redactorial do jornal Cultura e foi jornalista no diário luandense ABC. Em 1959, foi preso pela polícia política portuguesa, a PIDE, e, em 1962, partiu para o exílio, onde foi um dos fundadores e dirigentes do Centro de Estudos Angolanos, em Argel. Em 1969, na II Região político-miltar do MPLA, dirigiu a Rádio Angola Combatente. Em 1974, formou-se uma corrente contestatária do «presidencialismo absoluto» no MPLA, a Revolta Activa, de que foi um dos dirigentes. Logo após a independência, os responsáveis do MPLA, como represália, ordenaram a prisão de vários elementos dessa tendência, que se auto-dissolvera em 1975. Adolfo Maria consegue esconder-se da polícia política do regime, a DISA, durante quase três anos, em condições de extrema solidão, que relata no seu livro Angola – Sonho e Pesadelo. Expulso para Portugal, em 1979, publicou artigos em A Capital e O Jornal. Viria a fazer parte, com Gentil Viana e Mário de Andrade, de um Grupo de Reflexão que, no exílio, procurava caminhos para a paz numa Angola submetida a terrível guerra civil. Após os acordos de Bicesse, acompanhou Gentil Viana que, em Angola, apresentou o seu plano de convivência nacional. Depois da retoma da guerra civil, não regressou ao país.
Detalhes:
Ano: 2015
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 465
Formato: 16x23
ISBN: 9789896894719
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