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Sinopse:
Este ensaio questiona algumas das estruturas reconhecidas como definidoras da sociedade arabófona do ocidente saariano; sendo destacados os elementos que complexificam a longa inscrição histórica desta população, questionando outros que, mais recentemente, tendem a simplificá‐la. Este contexto é introduzido através de um documento português de meados do século XVI, que a partir da feitoria de Arguim serve a imediata incorporação de uma visão europeia sobre o Saara, ilustrando também a profundidade dos laços desde então estabelecidos com as diferentes populações da região. Será igualmente apresentada uma compilação de tradições orais que actualmente descrevem os iniciais encontros euro‐saarianos, assim como o seu relevo nos mecanismos de filiação tribal e estutária que, até hoje, definem a região.
Índice:
- Agradecimentos 9 - Introdução 11 - 1. Uma história social do Ocidente saariano (Arguim1549) - 27
- A costa saariana em 1549: uma visão portuguesa desde Arguim - 29 - Cristovão Valle de Rosales e o “senhor dos narziguas” - 33 - Quem são os “Narziguas”? - 39 - Quem são os “Ludea”? - 41 - Narziguas e Ludea, elementos fundacionais da sociedade sudoeste saariana - 43 - Valentim Fernandes e os “Ziguis” adrarianos - 45 - A arabidade segundo os Aūlād Rizg - 50 - “Herdeiros dos bravos guerreiros Nīarzig” - 57 - Como se tribalizam os Taghrijant (e os Narziguas) - 67 - As tribos têm vizinhos: como se arabizam os Nīarzig - 75 - Uma versão emiral “árabe” - 81 - Reivindicações atlânticas - 85 - Quem são os Aūlād ‘Abd al-Uahad? - 87 - Possibilidades narrativas no Sudoeste da Mauritânia, a partilha da filiação - 90
2. A definição contemporânea do encontro euro-saariano - 93 - Os Ahl Būhubbaīni, uma história atlântica - 95 - Do século XI ao século XX - 98 - O conhecimento de Arguim (quinhentos anos depois) - 105 - Idau al-Hājj de Trarza: o comércio Atlântico como referente estatutário - 114 - Uma rede comercial (e identitária) global - 123 - Os Idau al-Hājj e Paul Marty: a (curta) história de uma velha qabīla - 127 - Os Aūlād Bāba Ahmad: “uma qabīla de portas abertas” - 130 - Bāba Ahmad e a reconfiguração política dos zuāīâ do Sudoeste da Mauritânia - 142 - No labirinto naçrāni: os BuTo e as representações adrarianas da “naçraniedade” - 149 - Os Aūlād Būkhurs e o fim da complexidade filiatória - 158
3. Hemeila,aqabīlaeosseusnaçāra - 165 - Políticas genealógicas na descendência de Najib ūld Xams al-Dīn - 167 - Maham ūld al-Amīn, “um homem sem qualidades” - 169 - ’Aguiga meen Barmi, “ia naçrānīa” - 173 - A geografia de um nome - 175 - Quem é Hemeila? - 178 - Os casamentos de Hemeila, “regra” e desconformidade - 181 - Os limites tribais do “casamento político” - 186 - Um cemitério na Guibla - 191 - O estatuto de tradutor / a genealogia do antropólogo - 194 - Hemeila reencontrada pelos Aūlād Sid al-Vālli - 198
Conclusão - 199 - O encontro euro-saariano e os diferentes mecanismos de reconfiguração tribal - 201
O autor:
Francisco Freire é Doutor em Antropologia (FCSH‐UNL, 2009) e Mestre em Antropologia (ISCTE, 2003). É atualmente investigador pós‐doutoral no Centro em Rede de Investigação em Antropologia. O autor tem desde 2001 centrado a sua investigação na República Islâmica da Mauritânia, trabalhando o islão político, os processos de reconfiguração histórica e identitária, e, mais recentemente, a articulação contemporânea das esferas tribais saarianas.
Detalhes:
Ano: 2013
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 228
Formato: 23x16
ISBN: 978‐989‐689‐378‐1
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