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Sinopse:
A sombra de um homem só: Poemas selecionados, de João de Mancelos, reúne os melhores textos publicados pelo autor, em seis livros, ao longo de trinta anos. Na secção final, apresenta algumas composições mais recentes, surgidas em antologias e revistas de literatura. Trata-se de uma poesia predominantemente lírica, marcada pela beleza, musicalidade e poder da metáfora. Este legado resgata do oblívio numerosos textos, convidando novos leitores a descobri-los.
Índice:
Agradecimentos
Nota introdutória
A OESTE DESTE CÉU (1993)
zero decibéis a lírica mínima do amor lábios scriptografia made in coketown
O LABOR DAS MARÉS (1994)
do sangue e das fontes tempo palavras fuga neve beijo erosão as cidades invisíveis meninos transparentes em busca ausentes para amor incerto últimos ritos ciganos noturno acorde
LÍNGUAS DE FOGO (2001)
terra incógnita o mais frágil endereço para o vento à janela das ondas sem regresso os faunos apressadamente o corpo doído ou doido prece do mareante à estrela aldebaran o sol onde camilo pessanha nasce sermão de antónio vieira a deus promessa de antígona fragmento branco para eugénio de andrade alguns outros, pensando em al berto como se eu fora filho de mim mesmo esta noite, outro milénio cruelmente perfeito no coração arruinado da cidade há demasiada beleza em ti
O PÓ DA SOMBRA (2014)
ars poetica mil novecentos e oitenta e cinco canção para um navio distante morre-se no verão desassossegado senhora da terra navegando de mastros amputados relâmpago depois do amor três da manhã submissão pedidos de empréstimo borboletas lolita vive com as mãos manchadas de azul para que a noite seja jovem outra vez babilónia, meu amor hiroshima açores
O TEU NOME INCENDIADO DE AZUL (2016)
por ti, reparti a noite, o medo e o amor lutas de amor para que a noite se abra êxtase o mapa do coração amantes quando estou contigo, nu e só para que serve o outono, diz-me vem atravessar comigo a noite pássaro de cristal um livro me leva pela mão pórtico para a morte fim de tarde, no jardim de um poeta bárbaro a morte era uma desconhecida inventário dos bens imprescindíveis saudade definida epitáfio para um poeta
LUZES DISTANTES, VOZES PERDIDAS (2019)
um beijo inacabado junho agosto era uma rapariga na idade das cerejas era uma rapariga a quem chamavas casa era uma rapariga de silêncio e neve algumas raparigas são quartos de hotel à deriva pela noite campo de neve em flor roupa branca estendida na corda a noite mais longa com saudade o punhal mais duro do silêncio desamar o silêncio silêncio comparado branca, a madrugada mãos em concha como dormir esta noite a poesia é um desassossego
NOVOS POEMAS
eram jovens são raparigas, as palmeiras escada de caracol o riso longínquo das jovens deusas nos passos do esquecimento ossos lavados pela chuva o fim do que não tem princípio são agora tão frágeis caixa de costura para a alma sobre o quadro “nevermore”, de paul gauguin regressarei contigo
Índice
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JOÃO DE MANCELOS, nome literário de Joaquim João Cunha Braamcamp de Mancelos, nasceu em Coimbra, em 1968. É doutorado em Literatura Norte-americana (Universidade Católica Portuguesa, 2001) e agregado em Estudos Culturais (Universidade de Aveiro, 2015). É professor universitário desde 1992. Publicou 26 livros. No ensaio, destaca-se O marulhar de versos antigos: A intertextualidade em Eugénio de Andrade (2009) e Manual de escrita criativa (2012); na poesia, O pó da sombra (2014) e Luzes distantes, vozes perdidas (2019); no conto, Nunca digas adeus ao verão (2021) e A rapariga que adorava finais felizes (2021). Foi distinguido em diversos concursos literários. Dois contos seus foram adaptados a teatro e um a cinema, no Brasil.
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 142
Formato: 23x16
ISBN: 9789895661619
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