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Sinopse:
A obra “Um império projectado pelo ‘silvo da locomotiva’”.O papel da engenharia portuguesa na apropriação do espaço colonial africano. Angola e Moçambique (1869-1930) que temos o prazer de apresentar na Colecção CIUHCT é, simultaneamente, um trabalho de referência para a história portuguesa e para a história da tecnologia (...). ¶ Com uma sólida formação de historiador, o autor desenvolveu uma investigação de qualidade notável, mobilizando um acervo de bibliografia e de fontes muitíssimo extenso e analisando-o de forma crítica, através de uma grelha conceptual de grande actualidade, fundada em conceitos como technopolitics, circulação de experts e de expertise, centros e periferias, large technological systems e actor network theory (ANT). Não se trata, contudo, de uma exibição estéril de robustez teórica, mas sim, de facto, de um trabalho escrito para poder participar e contribuir com novos dados e hipóteses interpretativas nos debates nacionais e internacionais sobre, no primeiro caso, a importância dos caminhos de ferro como instrumento de “domesticação”, estruturação e hierarquização dos espaços metropolitano e colonial portugueses e sobre o papel dos engenheiros como “artesãos” da visão regeneradora de progresso e, no segundo, sobre a forma como as tools of the empire, nas palavras já célebres de Daniel Headrick, assumiram diferentes sentidos e se concretizaram de forma diversa no contexto do Novo Imperialismo desenhado pela Conferência de Berlim. ¶ Este uso real dos vários dispositivos de análise e, particularmente da ANT, é determinante na estrutura do livro, em que pessoas e linhas de caminhos de ferro se assumem, efectivamente, em pé de igualdade como agentes de modificação do então território colonial africano. O autor analisa o percurso profissional de três engenheiros coloniais de referência para nos transportar num arco temporal de sessenta anos, entre a Monarquia Constitucional e o Estado Novo, numa construção continuada do III Império, completando esta visão por um estudo pormenorizado das linhas basilares da construção ferroviária em Angola e Moçambique, cruzando dados técnicos, económicos e políticos”.
Índice:
Prefácio
Agradecimentos
Introdução 1 – Da Metrópole para as Colónias 1.1 – Da organização ministerial dos serviços coloniais 1.2 – Da implementação da malha administrativa nas colónias
2 – Os engenheiros coloniais no lançamento do III Império 2.1 – Joaquim José Machado, o “pioneiro” da Monarquia Constitucional 2.1.1 – Expedições, missões e caminhos-de-ferro em Moçambique e Angola 2.1.2 – Governador e administrador colonial 2.2 – Alfredo Augusto Lisboa de Lima, o ministro da I República 2.2.1 – Companhia de Moçambique e Caminho-de-ferro da Suazilândia 2.2.2 – Ministro, Comissário e Professor da Escola Colonial 2.3 – João Alexandre Lopes Galvão, o cronista do Estado Novo 2.3.1 – Direcção ferroviária e inspecção das Obras Públicas coloniais 2.3.2 – Engenheiro de Obras Públicas e causídico colonial
3 – A construção ferroviária em Angola e Moçambique 3.1 – Levar o milagre da locomotiva para África: o Caminho de Ferro de Ambaca 3.1.1 – Os projectos 3.1.2 – Companhia Real dos Caminhos de Ferro Através de África 3.1.3 – O prolongamento até Malange e a Questão de Ambaca 3.2 – A rede dos caminhos-de-ferro de Lourenço Marques 3.2.1 – Os projectos 3.2.2 – Caminho de Ferro de Lourenço Marques ao Transvaal e o caso McMurdo 3.2.3 – As linhas da Suazilândia, Xinavane e Marracuene 3.3 – Linhas ferroviárias nos territórios administrados pela Companhia de Moçambique 3.3.1 – Os projectos ferroviários para o Pungue 3.3.2 – O contrato Van Laun 3.3.3 – A ligação à Niassalândia – Quelimane ou Beira? 3.4 – A viação acelerada no Sul de Angola 3.4.1 – Os projectos 3.4.2 – A linha de Moçâmedes 3.4.3 – A concessão Williams e o caminho-de-ferro de Benguela 3.5 – Caminhos-de-ferro de interesse regional e agrícola 3.5.1 – Linhas de Inhambane e Chai-Chai 3.5.2 – Caminho-de-ferro do distrito de Moçambique 3.5.3 – Linha férrea do Amboim
4 – A engenharia portuguesa no divã: engenheiros e política ferroviária
Conclusão
Bibliografia
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 602
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-179-4
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