Os Marechais do Império durante as Guerras Napoleónicas 1804-1815




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Sinopse:

Em 1789, a Revolução Francesa trouxe o fim dos privilégios, abrindo o corpo de oficiais a todos os cidadãos masculinos franceses. Com o tempo veio a República, acompanhada pelo Terror e pela guerra. Obrigada a combater em várias frentes, a França foi obrigada à conscrição em massa, que resultou em exércitos numerosos com a clara necessidade de oficiais e de generais que preenchessem as vagas criadas pelas necessidades da guerra e pelos nobres que fugiram ao Terror jacobino e à ameaça da guilhotina. Os marechais de Napoleão, tal como o seu imperador, aproveitaram estas circunstâncias para subir a pulso no caos revolucionário. Combateram no Reno, em Itália, nos Pirenéus e nos desertos do Egipto, acompanhando de perto as mudanças da Revolução, quer na guerra, quer na política. Foram, tal como Napoleão, filhos da revolução. ¶ Napoleão tornou-se na espada de Sieyès e ajudou na conspiração que viria a ser o golpe do 18 de Brumário. Porém, a espada reclamou o poder para si, tornando-se primeiro cônsul e depois Imperador dos Franceses. Para obter a lealdade, o coração e a alma dos soldados, Napoleão usou a Legião de Honra. Quanto aos generais? Napoleão fez deles marechais do império e os principais comandantes da Grande Armée, acompanhando-o em todas as frentes. Assumiriam outros papéis de relevo no novo regime imperial, desde membros destacados da nobreza imperial a governadores civis, trazendo consigo a administração francesa e o Código Civil, por vezes, adaptado à realidade social da região, fosse o mais liberal norte alemão, ou os ainda feudais Balcãs. Por outro lado, a ocupação também trouxe os horrores da guerra e as graves consequências do Bloqueio Continental. Entre 1804 a 1815, os marechais testemunharam um mundo em mudança e, conforme este trabalho irá mostrar, foram também participantes ativos nessas alterações, contribuindo de várias formas nas guerras napoleónicas. ************************************************************ O tema, deste livro, é interessante (sendo Napoleão Bonaparte o eixo central) e indiretamente relacionado com a História Militar de Portugal. A escrita é de fácil leitura e a tese responde a questões colocadas amiúde. Tendo por base o estudo das carreiras dos diferentes Marechais do Império (antes e depois do antigo regime, posto anulado em 1793 e recriado em 1804), o autor conclui que as responsabilidades dos Marechais do Império não se circunscreveram ao comando militar em geral e ao comando dos corpos de exército em particular. Tornaram-se governadores-gerais das conquistas imperiais, administradores, conselheiros e juízes, o que os elevou ao estatuto de membros destacados da nova nobreza imperial, tão criticada no início da Revolução Francesa. Os novos Marechais (que fazem parte dos 660 nomes de destacados combatentes inscritos no Arco do Triunfo em Paris), que se tornaram legitimamente nos novos símbolos da união do mérito revolucionário eram agora importantes estandartes da nova França, pois simbolizavam a glória militar na conquista dos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade. ¶¶ [JOÃO VIEIRA BORGES, Major-General, Presidente da CPHM]

Índice:

Nota prévia

Introdução

Os marechais num mundo em mudança


PARTE I
O CAMINHO PARA O MARECHALATO IMPERIAL

Capítulo 1 – O marechalato francês antes de 1804
Criação
Nomeação e Critérios
Cerimónia, protocolo e privilégios
As funções do marechal de França: militar, administrador, conselheiro e juiz
A revolução e o fim do marechalato

Capítulo 2 – Os novos generais da Revolução
O fim do Antigo Regime
Os novos oficiais: eleições e promoções da nova base de comando
Os novos generais
Os generais e a Política, entre 1789 1793: os primeiros sinais
Os generais e a Política, entre 1794 1799: confirmação como actores políticos
Do Consulado ao Império: generais e conspirações

Capítulo 3 – A criação do marechalato imperial
A Lei do 29 do floréal do Ano XII
Razões para a criação
A historiografia e as razões para o marechalato imperial
As razões para os nomeados

Capítulo 4 – Classe de 1804: retrospectivas biográficas até ao marechalato
O “Grupo Bonaparte”: Berthier, Bessières, Murat e Lannes
Jacobinos e Republicanos: Bernadotte, Augereau, Jourdan e Brune
Os homens do Reno: Soult, Ney, Mortier e Davout
Homens à parte: Moncey e Masséna
Os senadores: Kellermann, Sérurier, Lefebvre e Pérignon

PARTE II
MAIS QUE SOLDADOS: NOBREZA IMPERIAL, ADMINISTRAÇÃO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Capítulo 5 – Os marechais como nobreza imperial
A cerimónia
A nova nobreza imperial e o lugar do marechalato
As fortunas e a sua distribuição
As exigências do estatuto e a influência da madame le maréchale
Uniformes, protocolo e brasões
Glória e morte pelo império: funeral de Lannes

Capítulo 6 – Contribuição para as Relações Internacionais 1804 1814
Período Consular (1799 1804): o passado diplomático dos marechais
As contribuições em período de conflito (1804 1810)
Os marechais que queriam ser reis: Bernadotte, da Suécia, e Murat, de Nápoles

Capítulo 7 – Os Marechais e a Administração do Império
Governadores civis e militares
Os domínios germânicos
A questão polaca
A quimera ibérica
Os Balcãs napoleónicos
Um papel secundário



PARTE III
TERROR BELLI, DECUS PACIS

Capítulo 8 – Sob a liderança de Napoleão (1804-1814)
Criados para o Sistema de Corpos-de-Exército
A influência das Guerras da Revolução
O comandante do Corpo-de-Exército
Grande Armée (1805 1807)
Armée d’ Espagne (1808 1809)
Exército da Alemanha (Armée d’ Allemagne, 1809)
Grande Armée, 1812
Grande Armée, 1813
Grand Quartier Général e o papel de Berthier
Marechais como exemplo de comando de um corpo-de-exército
Soult, em Austerlitz, 1805: um Corps d’Armée e dois objectivos
Lannes, em Saalfeld, 1806: quando se tem o primeiro contacto
Davout, em Auerstedt, 1806: explorando o potencial do corpo-de-exército
Apoiando a retirada do exército: Ney e a campanha russa, 1812
Murat e o corpo de cavalaria
Exemplos das responsabilidades de uma ocupação militar: Mortier e Ney

Capítulo 9 – Os marechais e o peso do comando independente
Os primeiros casos: Masséna e Berthier
O problema peninsular
A campanha de 1813 e o Plano Trachenberg

Capítulo 10 – Os promovidos de 1807 1815: mérito, amizade e redenção
Os critérios de Napoleão: o bastão na mochila
Glória e redenção na vitória: Victor, Macdonald e Gouvion Saint-Cyr
O substituto de Lannes: Oudinot dos Granadeiros
Amizade ou mérito? Marmont e a Dalmácia
Administração e as suas vitórias: Suchet em Aragão
As escolhas estranhas: Poniatowski e Grouchy
Os que falharam

PARTE IV
O FIM DE UMA ERA

Capítulo 11 – Na abdicação, primeira Restauração e 100 dias
A queda de Paris
Os homens obedecerão aos seus chefes
Os marechais na primeira Restauração
A fuga de Elba
Os 100 dias e Waterloo
As consequências da traição ao rei

Capítulo 12 – Um legado de rivalidades sob o olhar de Napoleão
Legado de rivalidades
Napoleão e os marechais: opinião e os choques que existiram
Vida depois de Napoleão: a segunda Restauração
Vida depois de Napoleão: Liberalismo e o novo império

Conclusão
Lista de Imagens
Lista de Imagens dos Anexos
Anexos


* * * * *


O AUTOR:

MIGUEL PACK MARTINS nasceu em Lisboa, em 1984. É investigador – colaborador no Grupo de Investigação de História Militar do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Neste momento, trabalha como Gestor de Impacto Científico, no Departamento de Impacto do Gabinete de Inovação, Investigação e Estratégia de Impacto (IRIS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa. Iniciou o seu percurso académico em Arqueologia, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Mais tarde, na mesma faculdade, fez o mestrado em História Militar e o doutoramento em História Contemporânea. Teve uma breve passagem pela Biblioteca do Exército, onde colaborou no estudo do acervo napoleónico. Desde 2017 fez várias conferências e artigos sobre as Guerras Napoleónicas, Napoleão e a Guerra Peninsular.

Detalhes:

Ano: 2023
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 344
Formato: 23x16
ISBN: 9789895662500
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