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Sinopse:
Nos agitados anos de 1972 e 1973, em Portugal, os estudantes universitários confrontavam-se com duras lutas estudantis, ou, em alternativa, eram forçados a integrar o exército que iria continuar as provações da guerra colonial. As vidas difíceis dos cadetes durante seis meses em Mafra e as pouco divulgadas humilhações, que constituíam o seu dia-a-dia, são aqui relatadas... ¶ Inconformado, um destes jovens, assiste do lado de fora, juntamente com alguns amigos de infância que com ele partilham das mesmas angústias e ideais, ao último Congresso da Oposição Democrática em Aveiro. (…). ¶ Chegado às terras quentes da Guiné, é enviado para o Leste, bem próximo de Madina do Boé, a área recentemente libertada pelo PAIGC e onde este movimento havia proclamado, meses antes, a independência da Guiné-Bissau. ¶ Não sendo esta uma história versando a problemática da guerra colonial, não pode deixar de se referir aos horrores dos mortos e dos estropiados a que a personagem assiste impotente e com uma cadência cada vez mais vertiginosa. ¶ De notar que, não se tratando de uma obra autobiográfica, a mesma não deixa de inevitavelmente ter presentes acontecimentos vividos pelo autor, interligados com situações fictícias e romanceadas, por onde o mesmo se espraiou, mas sempre em estreita conexão com o tema base que se propôs tratar.
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(…) Nossos cadetes, as notícias que vos trago não são boas. Por decisão do nosso major, comandante da instrução, por alegadas razões de pouca aplicação dos cadetes na instrução, este fim-de-semana é cortado a todos os cadetes, pelo que não poderão deslocar-se a vossas casas. (…). ¶ A nossa raiva e a nossa revolta são soltadas em silêncio, num enorme grito interior, que abafará por certo o rugido das ondas enfurecidas do mar da Ericeira. Filhos da puta! Isto é apenas mais uma forma de nos amesquinhar, de nos vergar, pois como cadetes subversivos que nos consideram, querem a todo o custo baixar-nos a crista, humilhar-nos, para nos mostrar, sem dúvidas, quem tem o poder de mandar e quem tem que obedecer. (…)
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Esta obra é especialmente destinada às novas gerações, cada vez mais distantes destes acontecimentos. Importa dar a conhecer e lembrar que o caminho para a Democracia e a Liberdade foram conquistas, duras, de homens e mulheres que sofreram, pela sua rebeldia e coragem, e que culminaram com o dia “inteiro e limpo” do “25 de Abril”, afirmando a importância do exercício cívico e democrático como fundamentais para manter perenes os ideais desse Abril.
Índice:
Prefácio, por Aurora Cerqueira
Capítulo I – A Partida
Capítulo II – Viagem de Comboio
Capítulo III – Início da Recruta
Capítulo IV – Primeiro Contacto com a G-3
Capítulo V – Instrução Nocturna e Granadas
Capítulo VI – A Semana de Campo
Capítulo VII – O Congresso da Oposição em Aveiro
Capítulo VIII – Os Capitães de Aviário
Capítulo IX – Aspirante na Figueira da Foz
Capítulo X – As Eleições e a Marta
Capítulo XI – Más Notícias e Despedidas
Capítulo XII – De Avião para Bissau
Capítulo XIII – Nova Lamego, “Gabú”
Capítulo XIV – O Baptismo dos Horrores
Capítulo XV – Após o Inferno, a Felicidade
Siglas
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AUTOR:
JOSÉ ALBERTO NEVES, nasceu em Oliveira do Bairro em Novembro de 1951. É Licenciado em Auditoria, Pós-Graduado em Relações Internacionais e Mestre em Direito, com Especialização em Ciências Jurídico-Políticas. Gestor de Empresas e Professor dos Ensinos Secundário e Superior. Dirigente Associativo e Piloto de aviões. Tem publicado o livro “Catalunha – Questão Política ou Questão Jurídica?”, nas Edições Sílabo.
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 498
Formato: 23x16
ISBN: 9789895662296
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