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Sinopse:
Há cerca de um século, mais precisamente no ano de 1923, Samuel Schwarz, publicava na separata da revista dos arqueólogos portugueses “Arqueologia e História”, a sua obra “Inscrições Hebraicas em Portugal”. Em 2022, o Município de Belmonte tem a honra de em conjunto com a Editora Colibri, trazer novamente à “luz do dia”, esta obra que consideramos de grande relevo e da máxima importância para o estudo da problemática dos judeus e dos cristãos-novos em Portugal. Para isso contribuiu João Schwarz, o neto de Samuel Schwarz, com o apoio dos Professores José Alberto Tavim, Angela Benoliei Coutinho e Meritxel Blasco Orellana, reputados especialistas em estudos judaicos. Quando Samuel Schwarz chegou a Belmonte na primeira década do século XX, estava longe de sonhar com aquilo que iria encontrar neste território do interior beirão. Alertado por um comerciante cristão-velho, como ele próprio conta na sua obra mais conhecida “Os Cristãos-Novos em Portugal no Século XX”, da existência de judeus nestas paragens inicia a aproximação à comunidade de cristãos-novos que aqui vivia. Não foi fácil! Os judeus de Belmonte tinham passado séculos com o receio do tenebroso Santo Ofício. Vivendo durante muitos séculos como cristãos-novos, tinham esquecido as orações naquela língua estranha que era utilizada pelos judeus. ¶¶ [ANTÓNIO PINTO DIAS ROCHA, Presidente do Município de Belmonte]
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Os vestígios que os judeus deixaram, em Portugal, foram afectados pela voragem dos tempos. Entre estes apontemos os registos epigráficos, objecto principal desta obra. E daí o relevo que lhes deu Samuel Schwarz. Temos aqui, por exemplo, as pedras tumulares dos almocávares ou cemitérios judaicos, de que se sabe a localização aqui e ali, e que se adivinha na maior parte dos casos. O de Lisboa, situava-se na ribanceira abaixo de Nossa Senhora do Monte (antes ermida de S. Gens). No caso do Porto, permaneceria em Miragaia. Em Évora encontrava-se extramuros, no caminho de Montemor-o-Novo. O de Tomar devia situar-se além do rio Nabão ou no sentido da encosta. (…) (…) Outros vestígios materiais são, como vimos, as lápides das sinagogas, sendo as mais difíceis de interpretar as de Belmonte e de Gouveia. Na primeira havia uma pequena comunidade medieval, que só devia ter crescido com a vinda dos judeus castelhanos. A lápide, que se encontrava no Museu Municipal Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, e agora está exposta no Museu Judaico de Belmonte data, segundo Samuel Schwarz, de 1297 (…) [José Alberto Tavim]
Índice:
Samuel Schwarz e a comunidade judaica de Belmonte por António Pinto Dias Rocha
ESTUDOS INTRODUTÓRIOS
As Comunidades Judaicas em Portugal na Idade Média (contextualização das inscrições medievais) por José Alberto Tavim
1. Historiografia
2. Um conhecimento sobre as comunidades judaicas em Portugal na Idade Média
3. Um desconhecimento sobre as comunidades judaicas em Portugal na Idade Média
A comunidade judaica marroquina em Portugal, séculos XIX-XX (contextualização da Estela de sepultura de Yehudah ben Rimok, c. 1814) por Ângela Benoliel Coutinho
1. Migrações de Marrocos e de Gibraltar – principais motivações
2. Institucionalização da prática religiosa
3. Estatuto jurídico dos membros da nova comunidade judaica em Portugal
4. Inserção no tecido económico
5. Forte mobilidade no Atlântico, contactos com o Brasil e regressos a Marrocos
6. Breves notas conclusivas
A obra de Samuel Schwarz em perspectiva (1923) por José Alberto Tavim
Inscrições hebraicas em Portugal por Meritxell Blasco Orellana
1. Inscrições estudadas por Samuel Schwarz no artigo de 1923
2. Inscrições hebraicas que não se encontram no artigo de Samuel Schwarz de 1923
INSCRIÇÕES HEBRAICAS EM PORTUGAL (fac-símile) de Samuel Schwarz
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AUTOR:
SAMUEL SCHWARZ nasce em Zgierz (Polónia) a 12 de Fevereiro de 1880 e morre em Lisboa a 10 de Junho de 1953. Forma-se em Engenharia de Minas na Escola Nacional Superior de Minas de Paris, e trabalha como tal no Cáucaso e Azerbaijão, na Polónia, em Ourense (Espanha) e em Alagna-Sesia (Itália). Com o início da primeira Guerra Mundial decide ir até Portugal, país sobre o qual tinha ouvido falar durante a estadia em Ourense. Em 1915 começa a trabalhar nas minas de volfrâmio e estanho em Belmonte e Vilar Formoso. Em paralelo, começa uma carreira de historiador, arqueólogo e de etnógrafo com a publicação de uma obra “Inscrições hebraicas em Portugal" a que se segue a publicação do livro “Os cristãos-novos em Portugal no século XX”, livro que dá a conhecer ao mundo a existência de uma comunidade de marranos na região de Trás-os-Montes. Compra o edifício da sinagoga de Tomar em 1923, e depois de empreender uma série de trabalhos de reabilitação, apela à criação do Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto de Tomar. Publica numerosos trabalhos relacionados com o judaísmo em Portugal sendo o último dos seus trabalhos, publicado em 1959, uma “História da Moderna Comunidade Israelita de Lisboa”. [João Schwarz]
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 186
Formato: 24x17
ISBN: 9789895661923
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