Recomendar livro a um amigo
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Sinopse:
Este livro é uma homenagem a Carlos Santos Pereira (…), promovida por um grupo de amigos, um ano após o seu falecimento, no dia 22 de maio de 2021. Procurámos deste modo homenagear o repórter e o amigo, contribuindo assim para perpetuar a sua memória. Recolhemos para este trabalho 45 textos que cobrem quatro décadas de atividade jornalística, em que está bem patente a sua genialidade e, simultaneamente, a sua capacidade para nos confrontar com as nuances e as contradições de acontecimentos decisivos, que passadas mais de três décadas continuam a condicionar as nossas vidas. ¶ Este livro mostra-nos o especialista na Europa do Leste, mas também o intelectual irrequieto e permanentemente indagador, profundamente amante da vida, evidente noutras facetas da sua vida pessoal. Por isso, este livro é muito mais do que uma coleção de textos – é acima de tudo uma reflexão sobre os tempos que o Carlos viveu, acompanhou e testemunhou. ¶ As preocupações temáticas do Carlos extravasaram largamente as Relações Internacionais aqui evidenciadas, alargando-se à Comunicação em cenários de guerra, à poesia e à história moderna portuguesa. Apesar de a centralidade deste trabalho residir na reportagem em tempos de mudança, que o celebrizou, há que sublinhar o facto de a sua atividade ter extravasado a reportagem, tendo-se dedicado à atividade docente e académica. ¶ Enquanto 44 dos artigos que integram esta coletânea foram publicados em diversos órgãos da imprensa nacional, o último, sobre a Ucrânia, é um artigo académico publicado numa revista da especialidade. Apesar de não refletir o lado de repórter, que pretendemos enfatizar neste livro, o momento presente justifica plenamente a sua inclusão, dado o seu carácter premonitório, mostrando uma faceta do Carlos não conhecida de muitos, na qual consumiu bastantes energias. Acresce-se a atualidade do tema.
Índice:
Prefácio Diana Andringa
Capítulo I – Abertura
Introdução Profissão: repórter Diana Andriga
Capítulo II – Uma homenagem
Antigos pára quedistas prestam última homenagem a camaradas caídos em Guidage (Lusa, 26 de Julho de 2008)
Capítulo III – Os começos com os acontecimentos a leste: Polónia, URSS, Jugoslávia pós Tito, Checolosváquia URSS – na hora do balanço (Tempo, 12 de Novembro de 1981, correspondente em Moscovo)
A Polónia invadida (Tempo, 30 de Dezembro de 1981, correspondente em Moscovo)
Polónia: a normalização impossível (Expresso, 11 de Fevereiro de 1984)
Um modelo estrangulado (Expresso, 11 de Fevereiro de 1984)
Do estado de guerra… ao estado de excepção (Expresso, 11 de Fevereiro de 1984)
Solidariedade: para que os polacos não esqueçam (Expresso, 11 de Fevereiro de 1984)
Cimeira de Genebra acaba com “show” de Mikhail Gorbatchov (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
Tea for two… Ronnie e Micha no “saloon” de Genebra (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
… and two for tea – A cimeira das damas (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
Gorbatchov: o novo comunicador (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
Ronald Reagan: a força da convicção (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
A batalha das propagandas (Expresso, 23 de Novembro de 1985, enviado a Genebra)
Checoslováquia: Cirilo e Metódio reúnem a maior manifestação desde 1968 (Expresso, 13 de Julho de 1985)
Jugoslávia: cinco anos após Tito (Expresso, 11 de Maio de 1985)
XXVII Congresso do PCUS – URSS de Gorbatchov entre a fidelidade e a crítica de estagnação (Expresso, 1 de Março de 1986, enviado a Moscovo)
Um congresso de mangas arregaçadas (Expresso, 1 de Março de 1986, enviado a Moscovo)
Gorbatchov promete viragem radical (Expresso, 1 de Março de 1986, enviado a Moscovo)
Acordo INF – URSS e EUA limam as últimas arestas (Expresso, 17 de Outubro de 1987)
Gorbatchov pode anunciar desocupação da Hungria (Expresso, 16 de Julho de 1988, enviado a Varsóvia)
Visita de Gorbatchov frustra expectativas (Expresso, 16 de Julho de 1988, enviado a Varsóvia)
Tensão regressa à Arménia (Expresso, 16 de Julho de 1988)
Reagan e Gorbatchov: “adeus” ou “até à vista?” (Expresso, 4 de Junho de 1988, enviado a Moscovo)
Capítulo IV – desenvolvimentos/consequências um mundo em mudança acelerada
À descoberta do socialismo de mercado (Expresso, 4 de Julho de 1987)
Thatcher na Polónia – Crónica de uma viagem polémica (Expresso, 12 de Novembro de 1988)
24 horas que abalaram a URSS (Expresso, 1 de Abril de 1989, enviado a Moscovo) Para assistir à reabilitação de Imre Nagy – Emigrantes regressam em massa à Hungria (Expresso, 16 de Junho de 1989, enviado a Budapeste)
Visita de Gorbatchov à RFA: um espectáculo de Realpolitik (Expresso, 16 de Junho de 1989, enviado a Bona)
A queda do muro Berlim, a última fronteira (Público, 19 de Novembro de 1989, enviado a Berlim)
Gorbatchov – mais poderoso, mais contestado (Público, 3 de Março de 1990)
As Igrejas órfãs do comunismo (Público, 21 de Dezembro de 1990)
Jugo Eslavos: na hora do divórcio (Público, 26 de Junho de 1991, enviado a Ljubljana)
Capítulo V – Uma cacha, uma investigação e cinco análises
Srebrenica – algures fora do mundo (Diário de Notícias, 21 de Maio de 1993, enviado a Srebrenica)
NATO imune ao urânio empobrecido (Le Monde Diplomatique, Fevereiro de 2001)
Do bom uso do terror (Le Monde Diplomatique, Fevereiro de 2002)
Srebrenica: silêncios e omissões de um massacre anunciado (Lusa, 1 de Abril de 2010)
11 de Setembro: ataques marcam profunda alteração no quadro estratégico do pós guerra fria (Lusa, 31 de Agosto de 2011)
Rússia na primeira linha da agenda externa de Biden (Diário de Notícias, 15 de Fevereiro de 2021)
O atoleiro afegão: de Gorbatchev a Biden (Diário de Notícias, 18 de Abril de 2021)
Capítulo VI – Gostos pessoais Irmãos Strugatski: a ficção como leitura da realidade (Expresso, 30 de Junho de 1984)
Tarkovski: “Ser um artista é aprender a servir” (Expresso, 9 de Março de 1985, S. Gregorio de Asesola, Itália)
Vyssotski: um bardo para a glasnost (Expresso, 6 de Fevereiro de 1988) Kusturica: “Cinema clássico está a acabar e a arte está a morrer” (Lusa, 18 de Junho de 2010)
Motos BMW: um toque de revivalismo (Expresso, 6 de Fevereiro de 1988)
Capítulo VII – A encerrar – Ucrânia
Ucrânia: Crónica de uma crise anunciada (Revista de Ciências Militares, Vol. II, N.º 2, Novembro de 2014)
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AUTOR:
CARLOS SANTOS PEREIRA, nascido em 1950 na Amadora, estudou História na Faculdade de Letras de Lisboa, onde teve como professor o padre Manuel Antunes, que muito admirava. Outrossim ocorreu com o professor António Borges Coelho. Tinha ele mesmo um inquestionável talento para escrever – e para pensar. Além da licenciatura, fez mestrado em História Contemporânea na Universidade Nova. Veio do Expresso para fundar o Público ao tempo em que pululavam as rádios, estavam prestes a surgir as televisões privadas e o grande salto digital se iniciava. A rádio solicitava-o com frequência para fazer comentários, designadamente quando a crise jugoslava eclodiu, e ele respondia prontamente a todos, fosse uma pequena rádio local ou a TSF. Tendo deixado o Público no Verão de 1991, trabalhou para o Diário de Notícias e iniciou uma experiência nova que foi juntar-se à equipa do Jornal 2 da RTP2, bem como ir em reportagem televisiva, com peças diárias e trabalhos de maior fôlego para O Lugar da História, também na RTP2. Ao tempo os meios técnicos eram pesados, morosos, algo desesperantes para quem se habituara a usar um bloco de notas e deslocar-se pelos seus meios, incluindo na sua mota, companheira muito estimada. Veio também a escrever para a agência Lusa e para o Le Monde Diplomatique editado em português. Foi colaborador assíduo do Instituto de Defesa Nacional.
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 230
Formato: 23x16
ISBN: 9789895661909
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