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Sinopse:
O intuito de prestar homenagem a uma obra e a um pensamento de referência, reúnem-se neste volume ensaios e testemunhos de várias dezenas de pessoas que, pelas mais variadas formas, viram o seu percurso de leitores marcado pela presença da fala e da escrita de Paula Morão, desafiado pelas suas leituras e comentários, enriquecido pelas suas edições criteriosas, desassossegado pelas suas observações inesperadas. Em certa medida, cada um dos textos agora publicados é sobretudo uma espécie de conversa, pois em todos eles se retomam interesses da homenageada, largos anos professora de literatura portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e agora sua Professora Emérita.
Índice:
Apresentação
Obra de Paula Morão
Tabula Gratulatoria
I. ENSAIOS
A poesia e a memória de Espanha: a propósito de “Cristal em Sória”, de Carlos de Oliveira – Ângela Fernandes
A cidade e os poetas ou como os poetas inventaram Coimbra-como-mito – António Pedro Pita
Tríptico – memórias de pessoas comuns – António Ventura
"De Doctrina Christiana" – ensaio programático de uma nova retórica – Arnaldo do Espírito Santo
Vozes e gestualidades do trabalho nas crónicas urbanas de Irene Lisboa – Carina Infante do Carmo
O Regresso de Júlia Mann a Paraty, de Teolinda Gersão: a literatura, a psicanálise e o mal – Carlos Nogueira
“aonde vibra a voz”: ressonâncias de Ruy Belo na "Inimigo Rumor" – Cristina Firmino Santos
Da liquidez dos géneros: retrato, paisagem, ecorretrato – Eunice Ribeiro
Sobre Sena e Pessoa – Fátima Freitas Morna
Técnica mista # 2. Poesia, fotografia e crítica literária – Federico Bertolazzi
"O regresso de Júlia Mann a Paraty", de Teolinda Gersão – notas de uma leitura – Fernanda Mota Alves
Notas sobre a “música natural” em Luiza Neto Jorge – Fernando Cabral Martins
"Sítios", de José Bento – Fernando J. B. Martinho
Entre o som e o sentido: a busca da forma na poesia de Maria Judite de Carvalho – Gonçalo Cordeiro
Turbulências de autor – Helena Carvalhão Buescu
“O Castelo da Grã Ventura”. Cinco apontamentos – Isabel Almeida
Levantados do chão: Lídia Jorge e José Saramago – Isabel Cristina Rodrigues
"Ara" – modos poético, dramático, romanesco em Ana Luísa Amaral – Isabel Pires de Lima
Olarias astonómicas (um lance de mãos dadas: Herberto Helder e António Ramos Rosa) – Joana Matos Frias
“Um falar absoluto e sem sujeito”. Llansol: as vozes do texto – João Barrento
Realces (e uma digressão pelos nossos dias) – João Dionísio
Três figuras em "Um outro dia" de Irene Lisboa – Jorge Fernandes da Silveira
"O Delfim" de José Cardoso Pires e sua transposição cinematográfica por Fernando Lopes: dois modos de decifrar a História – José Manuel da Costa Esteves
Um vidro escuro – apontamentos sobre a palavra, a memória e o sonho na poesia de Gastão Cruz – José Manuel de Vasconcelos
Entre música e literatura – as variações Goldberg, de J. S. Bach, e a palavra poética de Jorge de Sena – Luci Ruas
“Palavras vivas”. Sobre os "Cadernos" de Teolinda Gersão – Margarida Braga Neves
Discurso translúcido – "O Regresso de Júlia Mann a Paraty", de Teolinda Gersão – Maria de Fátima Marinho
Entre herdar e transmitir: o paradigma genealógico em "Donzela Guerreira", de Marta Pessoa – Maria Graciete Besse
Entre sinceridade e convenção: a retórica das cartas de amor – Maria Helena Santana
"Passagens" em "Desassossego": da modernidade de Fernando Pessoa a Walter Benjamin – Monica Figueiredo
O (não) lugar de Almada na modernidade portuguesa – Osvaldo Manuel Silvestre
Um pirata que era um santo: memória brandoniana e imaginação transficcional em "A Visão das Plantas", de Djaimilia Pereira de Almeida – Paulo Alexandre Pereira
A verdade das cartas e a mentira dos sujeitos – sobre a correspondência de Mário de Sá-Carneiro – Pedro Eiras
António Nobre e a balada romântica – Pedro Ferré
Regresso a Leo Spitzer – pensar en las humanidades – Pedro Serra
O sujeito poeta em António Nobre – Ricardo Nobre
“o caminho para casa”: gestos de recurso em "Trade Mark" e "Frentes de Fogo", de A. M. Pires Cabral – Rita Patrício
Ensaio e narrativa: pensamento, ação e discurso – Rosa Maria Goulart
Do outro lado do espelho (auto-reflexividade e exemplificação) – Rosa Maria Martelo
Camilo Castelo Branco et al. – memórias, cartas, diários e casos de justiça – Serafina Martins
Modos de ler, ironia e realismo em Camilo. Sobre "A queda dum anjo" – Sérgio Guimarães de Sousa
O livro perdido de Garrett – Sérgio Nazar David
Incerteza e espera, condições de encontro – Silvina Rodrigues Lopes
O homem nas viagens: o mar desconhecido e o espaço sideral – Teresa Cristina Cerdeira
"Memorial do Convento": a prática ficcional e a reescrita da história – Vítor Pena Viçoso
À procura de uma “língua nova”: algumas reflexões sobre “transparência discursiva” na Recreação Filosófica [1751-1800] de Teodoro de Almeida – Zulmira Coelho Santos
FERNANDA BOTELHO: O PROJECTO
Danças com rimas – Joana Botelho
Ai balancé, balancé – Joana Botelho
Quando eu era infanta num reino chamado Família – Sofia Andrade
II. TESTEMUNHOS
A pega: as outras cores do mundo – Ana Luísa Amaral
Uma forma de força: três imagens – António Carlos Cortez
O poema – Bernardo Pinto de Almeida
Múltiplo binário – Carlos Mendes de Sousa
Sonho – Fernando Pinto do Amaral
Mudam-se as festas, mudam-se as imagens – breve crônica a saudar uma amiga – Gilda Santos
Ler, ouvir e contar – Gonçalo M. Tavares
Arte poética com mel e canela – Isabel Cristina Mateus
A passagem – José Manuel de Vasconcelos
Estações – José Manuel Mendes
De Cor e na Memória – Testemunho – José Pedro Serra
As clássicas – Lídia Jorge
Paula Morão – Manuel Alegre
Para a Paula – Morão Manuel Gusmão
O agasalho inconsútil da amizade – Maria Cristina Pimentel
Homenagem a Paula Morão – Mário de Carvalho
O que fica do que passa – Nuno Júdice
À que voa com o pássaro – Violante Magalhães
Nota biobibliográfica dos colaboradores
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HOMENAGEADA:
MARIA PAULA NINA MORÃO (n. 1951) licenciou-se em Filologia Românica em 1974 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, instituição onde se doutorou com uma tese sobre a escritora Irene Lisboa e uma tese complementar dedicada a António Nobre, e onde viria a desenvolver o essencial da sua vida de docência, académica e científica, fundamentalmente dedicada à Literatura Portuguesa moderna e contemporânea. Desde a publicação do livro resultante da tese de doutoramento, Irene Lisboa: Vida e escrita, cuja excelência foi de imediato reconhecida com a atribuição do Grande Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores (a que se seguiria o também galardoado estudo O Só de António Nobre – Uma leitura do nome, de 1991), Paula Morão levou a cabo um trabalho fundamental de ensino, edição e divulgação da obra da autora de Uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma, tendo sido responsável pela organização dos dez volumes de que dispomos actualmente para um conhecimento aprofundado da sua produção escrita. Tratou-se de um tipo de dedicação crítica e textual que viria a expandir-se a outros autores e a domínios muito específicos, com particular importância no caso da escrita autobiográfica e das diversas práticas de auto-representação, campos nos quais se inscreveu uma boa parte do trabalho colaborativo, de docência e de orientação, que viria a intensificar na Faculdade de Letras, no seu Centro de Estudos Comparatistas e ainda em colaboração com o Centro de Estudos Clássicos.
Detalhes:
Ano: 2022
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 694
Formato: 24,5x18
ISBN: 9789895661534
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