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Sinopse:
Neste volume condensam-se textos de intervenção cívica e cultural – dimensão em que Luís Raposo se afigura ser único, pela longevidade e regularidade em que o fez, e faz, com espírito crítico e total independência em relação a todos os poderes e grupos. Textos pessoais, mas profundamente conectados com o movimento associativo dos sectores envolvidos, de que o autor é reconhecido dinamizador. Textos dotados de acutilância que repetidamente indispôs políticos, altos dirigentes e até alguns dos seus pares… mas textos de enorme, de atordoante coerência. ¶ Três grandes domínios compõem este percurso de vida: Arqueologia, Património e Museus. A soma dos três dá lugar a algo que a todos transcende e faz a singularidade deste volume: um fresco de época, construído ao sabor das vagas que agitam a vida pública, um panorama indispensável a todos os que se interessem por cultura e ciência ou, mais amplamente, aos que almejam melhor compreender a história recente do nosso País e da sua inserção na Europa e no Mundo. ¶¶ [FERNANDO MÃO DE FERRO]
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“Sou e sempre fui um defensor de um Estado forte, regulador do bem comum, combatendo o engano do chamado ‘liberalismo’ político, herdeiro do sistema oitocentista de baronetes. Dito isto, considero também que a verdadeira democracia só existe quando as pessoas, individualmente consideradas e em grupo de interesses comuns, ou seja, as pessoas feitas cidadãos e as associações que constituam, tomam em mãos as suas causas, actuando de forma totalmente independente do Estado e sobretudo do seu aparelho, controlado pelos Governos e pelas lógicas da subserviência para garantia de lugares. ¶ Por isso, também na área do património cultural, entendo que a 'idade adulta' só existirá quando tivermos pessoas livres no pensamento, na palavra e na acção. Às vezes, a condição de cidadão militante da causa patrimonial, máxime de dirigente associativo, conduz a ter de prescindir, ou simplesmente retirar do expectável como projecto de vida, o desempenho de cargos oficiais, a frequência de salões sociais e o benefício das mordomais que de ambos decorrem. Paciência. É a vida. E a vida é tanto mais bela quanto mais livremente a vivermos.” ¶¶ [“A Idade Adulta do Património”, PÚBLICO, 6.9.2021]
Índice:
Apresentação
Arqueologia 1971 O Estudo da Pré-História em Portugal
1971 Um passado sem futuro? O muito que falta em Portugal à arqueologia e aos arqueólogos
1972 No Museu Nacional de Arqueologia, um grupo de estudantes a continuar a obra que iniciaram. Reportagem
1980 Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos
1981 Arqueologia: um ano de crise… de crescimento?
1988 A Arqueologia em Portugal – um futuro por desenhar
1989 A Arqueologia em Portugal, hoje. Depoimento 1989 Arqueologia, património e investigação: Algumas reflexões para um debate necessário
1991 Sua excelência equivocou-se
1992 A Arqueologia portuguesa na hora da mudança: Algumas reflexões para que nem tudo fique na mesma
1992 Elogios envenenados 1992 O ‘Verão quente’ da arqueologia
1994 Casos, acasos, ocasos
1995 A verdadeira importância das gravuras do Côa 1995 a.C./d.C.: As leis do património e a arte rupestre do Côa 1995 ” Les jeux sont faits” 1995 O lado oculto do Côa
1996 Côagitações
1997 Arqueologia: falta cumprir o essencial
1999 Arqueologia e museus em Portugal desde finais do século XIX
2000 Entrevista 2000 Um escândalo exemplar na ribeira de Muge
2001 Vale do Côa: Museu ou luna-parque
2002 Não há humanidade sem memória. Somos o fruto do nosso passado. Entrevista
2005 Achados fortuitos, detectores de metais e arqueologia
2010 As origens da arqueologia científica portuguesa no século XIX 2010 1926 a 1936: instalação da ‘ordem nova’ e a arqueologia portuguesa 2010 Arqueologia e impactes ambientais: o beijo da aranha
2011 Ródão, há quatro décadas, um eixo vertebrador do ‘meu mundo’
2019 Prática e teoria na história da arqueologia portuguesa 2019 Percursos que importa partilhar. Entrevista
2020 Debutar para a arqueologia nos idos de 70 do século passado 2020 Optimismo e pessimismo em arqueologia
Património
1990 A Igreja e o património 1990 Regionalização e património cultural 1990 Rusticar 1990 As Corporações do Património 1990 Património cultural e ambiente: um divórcio profundo
1991 Património Cultural: uma nova etapa
1993 A estrutura administrativa do Estado e o património Cultural 1993 Património cultural e aparelho de Estado: A quadratura do círculo
1995 Projecto de Lei do Património Cultural: a golpada
2001 Nova lei do património cultural: optimismo… moderado
2003 A política de património cultural da esquerda no contexto da luta contra uma concepção empresarial do Estado 2003 Em defesa de um equilíbrio institucional na área do património 2003 Património cultural e aparelho de Estado: avançar, recuando? 2003 Seremos sempre nós, na nossa abundância, os destinatários de todos os saques
2010 100 anos de políticas de Património Cultural: A República falhou?
2011 A nova Direção Geral do Património Cultural: recuo ou avanço?
2012 A DGPC é um monstro administrativo. Entrevista. 2012 Interesse Público e Actividades Comerciais em Monumentos e Museus
2013 Retórica e realidade: a governamentalização do Conselho Nacional de Cultura
2014 Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia 2014 O 25 de Abril e a (re)invenção do património cultural português
2015 Belém: um lugar com muitas explicações 2015 Cultura e património cultural: ideias para o futuro 2015 Cultura: até que ponto mudar significa… mudar mesmo 2015 Património Cultural e Museus: visão estratégica
2016 Ainda os preços de entrada em museus e monumentos de Sintra e Belém-Ajuda 2016 Elites e povo, vistos de Baleizão 2016 Ideologia e ‘prática’ na gestão dos monumentos nacionais 2016 Sucesso e insucesso na gestão de monumentos e museus nacionais
2017 A tragicomédia da descentralização, ou de como se arrisca estragar uma boa ideia 2017 Cultura: tudo será feito… quando calhar ser feito 2017 Descentralização e regionalização: será pedir muito, se pedirmos transparência? 2017 Descentralização, património cultural e museus: pensar primeiro, fazer depois 2017 Luzes e sombras em vésperas do Ano Europeu do Património Cultural 2017 Património cultural e museus: o que está por detrás dos ‘casos’? 2017 REVIVE: o diabo começa nos detalhes e acaba na venda da alma 2017 Panteão Nacional… conversa e desconversa.
2019 Entre o fazer vista e o fazer mesmo: a propósito do Ano Europeu do Património Cultural
2020 As ruínas da mesquita e a decrepitude da DGPC 2020 Devolver património, sim, não talvez… Mas devolver o quê e a quem? 2020 Museus e património: precisa de um ‘golpe de asa’ 2020 Museus, património cultural e ‘visão estratégica’ 2020 O fétiche do racismo e a vandalização de ícones do passado 2020 Orçamento do Estado, Património Cultural e Museus: exercício ficcional 2020 Os museus e o património cultural antes, durante e depois do Covid-19 2020 Património Cultural: e de súbito o impensável
2021 Belém, arranjos florais e ‘infantil obsessão ideológica’ 2021 Património cultural e sentimento de pertença 2021 Tempos de máscaras… 2021 A “idade adulta do património”
Museus
1989 A Aventura Humana. A propósito de uma exposição surpreendente
1990 Um museu para o meu bairro 1990 O que pedem os museus 1990 Museus municipais: um bom exemplo
1991 Museus na boa direcção
1997 ”Falta uma política museológica para a arqueologia”. Entrevista
1998 Convite ao Museu. Conversa com Luís Raposo. Entrevista
2004 Museus e Patrimónios Nacionais
2007 Gratuidade dos museus nacionais: um debate em aberto
2008 Do “Museu-armazém” ao “Armazém-museu”
2011 Museus Nacionais: Comecar de novo
2012 Museus e Cidadania: um diário
2013 Os museus portugueses entre a festa e a desventura. 2013 Acessos a museus e monumentos: o caos instituído.
2014 A economia dos museus e dos parques temáticos, na América e na ‘Velha Europa’ 2014 Acerca da autonomia de arquivos e museus 2014 Alguns dados estatísticos sobre os museus portugueses: contexto europeu e dinâmicas internas 2014 As ‘grandes exposições’, os museus e o provincianismo nacional
2015 Coches corporações e má política 2015 Museu: a Fénix sempre renascida 2015 O futuro dos museus visto do outro lado do Atlântico 2015 Os museus, a crise e como sair dela
2016 Entrevista ao Dr. Luís Raposo 2016 Museus, visitantes e bandeiras 2016 Os três tempos da crise nos museus 2016 Responsabilidade social, investimento em arte e museus: os pontos nos is
2017 Estatísticas, museus e sociedade (1): o longo prazo 2017 Estatísticas, museus e sociedade (2): o curto prazo
2018 O que significa ser profissional de museus, hoje? 2018 Os ‘10 melhores museus portugueses’ na escolha da TripAdvsior® 2018 Os museus e o mundo virtual: amigos ou inimigos?
2019 A última desenhadora do Museu Nacional de Arqueologia? 2019 Afinal o que é ‘ser museu’ na definição do ICOM? 2019 O Museu como território de afectos, duas décadas depois de criado o Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia 2019 O que são e para que servem os museus, na definição do ICOM
2020 Quem pode ser director de museu? 2020 Ainda o Museu do Aljube e o papel dos ‘museólogos’ 2020 O ‘novo normal’ nos museus 2020 O que podem fazer os museus, estando encerrados? 2020 Os equívocos da museologia e da patrimoniologia 2020 Que museus depois da pandemia? 2020 Restos humanos em colecções de museu: um tema complexo em que importa reflectir
2021 Os ‘grandes museus’ perante o mundo que aí vem 2021 Museus, Covid-19, curto e longo prazo 2021 Elogio do perfil de conservador de museu 2021 Museus: tempo de esperança
AUTOR:
LUÍS RAPOSO – Arqueólogo, especialista em Pré-História Antiga (Paleolítico). ■ Presidente do ICOM Europa (Aliança Regional Europeia do Conselho Internacional de Museus), desde 2016, e antigo Presidente da Comissão Nacional Portuguesa do ICOM (2009-2014). ■ Dinamizador do Movimento Associativo da Arqueologia, Museus e Património Cultural. Promotor e membro do secretariado permanente da Plataforma pelo Património Cultural (PP-Cult). ■ Responsável do Sector de Investigação no Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, Portugal (desde 2013) e antigo Director (1996-2012). Vice-Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses (desde 2014) e antigo Presidente da Associação Profissional de Arqueólogos (1998-2000). Professor do Ensino Preparatório e Secundário (1975 a 1985). Professor Convidado da Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História (2005-2014), do Instituto Politécnico de Tomar (1999-2005) e da Universidade Lusíada (1985-1991). Membro do Conselho Editorial de diversas revistas científicas, em Portugal e no estrangeiro. Orientador de estudos de pós-graduação de bolseiros de investigação. Membro de júris de mestrado e doutoramento em universidades portuguesas e estrangeiras. ■ Autor ou co-autor de manuais universitários e obras de síntese nos domínios da Arqueologia, da História e da Museologia. Autor de numerosa bibliografia sobre a Pré-História, Arqueologia e Museologia, publicada em monografias e revistas da especialidade nacionais e estrangeiras.
Detalhes:
Ano: 2021
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 596
Formato: 23x16
ISBN: 9789895660889
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