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Sinopse:
Reflectir sobre o livro, produto de séculos, supõe confrontarmo-nos com aquilo que de mais marcado temos de produto cultural que chegou até nós; tornado instrumento pela participação de muitos, vale pelo que associa (assim fazia o codex – cadernos entre tabuinhas, em contraste com o rotulus que se guardava na capsa depositada no scrinium); sobretudo pelo que transmite (como texto – estrutura de sequências gramaticalizadas) e do que acumula (como suporte que requer uma técnica de solidez): não é produto espontâneo e resulta de cultura que é experiência vivida. ¶ Hoje, aparece feito o livro e compra-se numa esquina de bairro, que já não é livraria; nos tempos do manuscrito, implicava escolhas com experimentação e construção, por convocação de artesãos da escrita e da preparação de outros dados (que se estendiam até à iluminura). ¶ Aprender a reconhecer o livro nas suas fases e nas dimensões culturais é uma obrigação de quem procura situar-se no tempo e se preocupa com levantar os olhos para a comunidade da pólis em que nos relacionamos com os outros e tomamos a responsabilidade de nos voltarmos para o passado a fim de enfrentarmos o futuro. ¶¶ [Aires A. Nascimento.]
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Defendemos que este (o livro, manuscrito ou impresso) é um instrumento cultural complexo, que responde a uma funcionalidade de origem e, por seu turno, supõe não raras vezes uma intencionalidade, que importa identificar e reconhecer em situação histórica concreta, muitas vezes em contaminação de modelos e outras vezes em superação dos modelos transmitidos. ¶ Também por este caminho seguiu Guilherme Canhão, que, não descurando a dimensão técnica ou em razão dela, considera fundamental atender à sua materialidade, isto é, aos materiais e às técnicas envolvidas em articulação com a função do objecto-livro e sua utilização nas funções para que foi constituído.
Índice:
Índice de figuras Prefácio Agradecimentos Introdução 1. Para a arqueologia da encadernação gótica portuguesa: revisão de literatura O corpo do livro O suporte da escrita A tipologia dos cadernos As guardas A costura Uma costura suportada O fio Os suportes Técnicas de costura As tábuas e a sua fixação ao corpo do livro O revestimento e a sua decoração As ferragens
2. O círculo vicioso de Pollard: obstáculos e recursos para o estudo da encadernação
3. Um caminho por entre a desordem: metodologia
4. Modelo de análise da encadernação dos forais manuelinos
5. O Foral Manuelino do Reguengo de Monte Agraço: descrição e análise codicológica da sua encadernação Estudos antecedentes sobre o foral Plano de execução A encadernação do Foral do Reguengo de Monte Agraço: descrição e análise codicológica
Conclusão
Referências bibliográficas
Glossário
Apêndice 1: Formulário de descrição para encadernações de forais manuelinos
Apêndice 2: Fotografias do Foral de Monte Agraço
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AUTOR:
GUILHERME PIMENTEL F. CANHÃO licenciou-se em História (2014), na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde obteve também o grau de mestre em Ciências da Documentação e Informação (2020). Depois de realizar o curso de encadernação manual da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, trabalhou na Imprensa Nacional-Casa da Moeda, aliando os conhecimentos e a experiência da encadernação manual à industrial, enquanto desenvolvia paralelamente a presente investigação, cruzando a História com a Codicologia e a Ciência da Informação. Trabalha atualmente na EDP – Energias de Portugal, onde desempenha funções no âmbito da gestão da informação e do conhecimento.
Detalhes:
Ano: 2021
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 244
Formato: 23x16
ISBN: 9789895660872
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