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Sinopse:
Este livro é uma esclarecida compreensão, análise e postura, feita por quem nos habituou a tanto. Uma recensão sobre a actualidade e a virtude de não se inibir de soluções que provêm dos princípios amplamente defendidos por Adolfo Maria, na sua vida cívica, nos seus livros de que vale a pena recordar: “Angola, no percurso de um nacionalista”, “Angola: sonho e pesadelo”, “Angola, contributos à reflexão”, “Naquele dia, naquele Cazenga”, a par de outros de prosa e poesia. ¶ Um texto pragmático, fora da retórica académica, procurando sempre o sentido da coesão necessária para um todo nacional que só pode existir na diversidade das suas comunidades e na fusão necessária na chamada angolanidade. Um chamamento à liberdade responsável e responsabilizadora, bem como a saudável procura da melhoria de um sistema político. Mas também a mostra de um poeta da fraternidade. Não pelo lirismo das suas ideias, mas pelo espírito de irmandade que busca na sociedade angolana, na inclusão dos excluídos, na aproximação plena entre governantes e governados. ¶ Adolfo Maria é bem a expressão desse ideário, como ilustra este excerto do texto “Como se envelhece jovem”: “Como se vê, temos vindo a encontrar-nos [Adelino Torres] e a reencontrar-nos ao longo de quase sessenta anos, ou seja, desde a primeira nossa juventude até à actual nossa juventude. Sim, porque continuamos com as manias de jovens: – uma dessas manias é desejar que acabem as profundas desigualdades no mundo e contribuir para que isso aconteça (mesmo nem sabendo quando e como será possível); – outra, é a vontade de expressar o nosso pensamento e a teimosia de querermos ser livres a pensar; – uma outra mania de jovem é querer saber o porquê das coisas (…)” ¶ Saibam ter os leitores, especialmente os jovens empenhados no desenvolvimento e progresso em democracia desta Angola que se mostra agora acreditar na correcção de tantos erros do passado recente, tirar o mesmo ensinamento que colhemos na leitura reflectida dos textos escritos por Adolfo Maria. É que o conhecimento é a melhor forma de chegar à razão. ¶¶ [DO PREFÁCIO]
Índice:
O porquê deste livro
Prefácio
I – NA PROCURA DE NOVOS RUMOS 1 – O fim de um ciclo Sintomas políticos inquietantes Clima de inquietação em Angola O fim da greve de Luaty Beirão Falando da história e da actualidade – entrevista do “Novo Jornal” A questão dos activistas angolanos detidos Angola – balanço de 2015 A transparência na vida nacional é imperiosa e urgente Sobre a nova lei da nacionalidade Sobre a condenação dos activistas, em Luanda A recandidatura de J.E.S. à presidência do MPLA Eleições em Angola: um sociodrama que sai de cena? Isto não anda bem! Temos novo presidente, mas o que teremos pela frente? Comentando o discurso de posse de João Lourenço
2 – Ventos de mudança e interrogações Novo ciclo (ou não) em Angola Procurando saídas O que há de novo nestes 42 anos de independência? A vaga de demissões nas empresas públicas O futuro e a luta entre duas linhas políticas Sair das perplexidades do momento Um lugar ao sol Para lá dos partidos políticos Comentando a visita do presidente angolano a França A nova linha política do executivo angolano Lidar com a realidade Bons sinais no horizonte Um discurso, várias certezas, uma dúvida
3 – Os desafios e os limites Os tempos de mudança Comentando o discurso de João Lourenço na Assembleia Nacional O Estado da Nação e o futuro Neste 43.º aniversário da independência A visita de estado de João Lourenço a Portugal Uma visita na rota da mudança Significativas rupturas 2018 em Angola
II – REFLEXÕES 1. Evocando para compreender As vertiginosas mudanças políticas no mundo no século XX Recordar passados para vislumbrar futuros Dominação colonial, luta de libertação, independência A actividade diplomática do MPLA no tempo da luta Como se sonha e se asfixia a liberdade Marxismo na luta de libertação e na implantação do estado – Angola Igreja católica em Angola – pedaços de uma história Falando de dissidências Há 40 anos foi o traumático 27 de Maio Sobre a fundação do MPLA Entrevista sobre o MPLA e o novo presidente do país Foi há cem anos a revolução de outubro
2. Sobre o presente Sociedade civil, pois! Sociedade civil, portanto! Sociedade civil: precisa de ser forte Perigosos caminhos a evitar Tarefas, competências e recurso à Nação Competência e abertura ao progresso versus demagogia Interesses em luta, mas não ajustar contas! O tempo da maturidade Um aniversário nacional diferente 42 anos de dipanda: o que falta saber? Queixumes versus acção concreta A necessária intervenção cívica Sociedade civil a reboque do poder político?! Remover os entraves à democratização A construção do Estado – poder autárquico Questões do poder autárquico Poder autárquico e gradualismo na sua implantação Mudar mentalidades, mudar rumos A propósito de criminalidade A grave situação, a esperança e o futuro
3. Sobre temas de sempre Ser liberto, ser livre Como se formou a actual burguesia angolana (*) Acumulação de capital e capitalismo nacional A deificação do poder As elites angolanas e a sua responsabilidade Filosofia africana, desenvolvimento, islamismo Diversidades em África
III – REBUSCANDO NA HISTÓRIA 1. Combates e combatentes As falas de um patriota: João Vieira Lopes Joaquim Pinto de Andrade em livro Nota sobre Gentil Viana In memoriam de Victória de Almeida e Sousa Na morte de Manuel Jorge Lúcio Lara foi elemento fundamental no MPLA Mário de Andrade na geração da ruptura O caso do meu passaporte
2. Da cultura Jornal Cultura e S. C. A, marcos na luta nacionalista Questões sobre o combate cultural nacionalista Sobre literatura angolana e resistência Sobre jornalismo no tempo colonial Congresso internacional sobre imprensa colonial De como se envelhece jovem Apresentação do livro Angola – contributos à reflexão Uma biografia do dr. Américo Boavida Cidadania em Angola – A saga de Domingas Lazary do Amaral Notas sobre o livro História de Angola de A. Oliveira Pinto Livro sobre Agostinho Neto Autores e escritores de Angola Humanismo através dum livro Um eterno franco-atirador N’gheri-hi é uma história que faz parte da História angolana Um livro que é um arrojado desafio Livro de crónicas de Salambende Mucari – prefácio Tertúlia literária na semana africana do ISCSPA O meu caminho expresso em livros A minha voz entre as várias vozes O livro de poesia de Zetho Gonçalves “O Sábio de Bandiagara” Papéis de Prisão – um acervo para muitos estudos
IV – A FECHAR 1. Problemas que estamos com eles 2019 ano charneira em Angola Angola como país Siglas existentes nos textos
AUTOR:
ADOLFO MARIA, nascido em Luanda, é conhecido pela sua participação na luta pela Independência de Angola, através do combate cultural, político e armado, empreendido desde muito jovem. Esteve preso em 1959 pela polícia política portuguesa, a PIDE, por actividades nacionalistas. No exílio, para onde partira em 1962, foi um dos fundadores do Centro de Estudos Angolanos, em Argel. Transferido em 1969 para a II Região político-militar do MPLA, dirigiu a Rádio Angola Combatente. Fez parte, em 1974, de uma tendência do MPLA, a Revolta Activa. Por esse facto, cinco meses após a independência, foi obrigado a esconder-se durante quase três anos para escapar à captura pela polícia política angolana, a DISA. Após a amnistia, em Setembro de 1978, Adolfo Maria, fez saber que estava vivo. Ficou preso cerca de três meses e depois expulso para Portugal, em Janeiro de 1979, onde reencontrou o seu companheiro de luta Gentil Viana que estivera preso e fora torturado, sendo expulso de Angola em finais de 1978. Em Lisboa, em meados dos anos 80, participou com Viana e Mário Pinto de Andrade na formação de um Grupo de Reflexão visando o fim da guerra civil em Angola. Depois dos Acordos de Bicesse, voltou ao país, em 1991 e 1992, acompanhando Viana que foi apresentar o seu plano de convivência nacional. Publicou artigos nos extintos jornais de Lisboa: A Capital e O Jornal. Em 2006, foi publicado o livro ANGOLA NO PERCURSO DE UM NACIONALISTA – CONVERSAS COM ADOLFO MARIA, uma entrevista ao historiador Fernando Tavares Pimenta. Em 2014, publicou ANGOLA – SONHO E PESADELO onde descreve a terrível experiência vivida quando escondido da DISA. Seguiu-se o romance NA TERRA DOS TTR, uma alegoria do país naquele tempo. Publicou em 2015, ANGOLA – CONTRIBUTOS À REFLEXÃO, compilação de textos sobre temas históricos, políticos, económicos, sociais, de cidadania e de cultura. Em Março de 2016 publicou o romance NAQUELE DIA NAQUELE CAZENGA. Em Outubro desse ano editou ANGOLA NO TEMPO DA DITADURA DEMOCRÁTICA REVOLUCIONÁRIA – POEMAS DO AUTO-CÁRCERE, constituído pelos numerosos poemas que fizera na sua clandestinidade, fugido da repressão do pós-independência. Em 2018 publicou o livro de poemas O QUE FALTA. Agora edita ANGOLA, A HORA DA MUDANÇA. Tem participado em vários colóquios e conferências sobre Angola e África. Fez depoimentos sobre a luta nacionalista para a série documental da RTP, "A Guerra", e para a recolha de testemunhos Nos Trilhos da Independência, que foi realizada pela Associação Tchiweka. Tem entrevistas em vários órgãos de comunicação social radiofónica e televisiva e na imprensa, nomeadamente o Novo Jornal, de Luanda. Colabora em Vivências Press News e faz parte do painel de comentadores do programa De¬bate Africano da RDP África.
Detalhes:
Ano: 2019
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 410
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-831-1
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