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Colaboração com a entidade: Associação 25 de Abril
Sinopse:
Tenha-se sempre presente que a Assembleia de 11 de Março de 1975 se realizou poucas horas depois de ter ocorrido um ataque armado violento, com meios aéreos e terrestres, contra uma Unidade à qual pertenciam militares participantes nessa mesma Assembleia. Mas, e tal é liminarmente claro na gravação, uma ou outra intervenção mais emocionada ou desabrida, ou até apelo a retaliação violenta sobre os chefes golpistas, fruto da situação recém-vivida, não tiveram qualquer eco no coletivo e nas decisões tomadas, bem pelo contrário, nem consequências, nem ecos externos imediatos. [CARLOS DE ALMADA CONTREIRAS]
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Em 25 de Abril de 1974, os Capitães de Abril prometeram aos portugueses um novo Portugal. (…) ¶ Gostaríamos de recordar apenas as boas – onde a aprovação da Constituição da República em 2 de Abril de 1976, depois das primeiras eleições livres (Assembleia Constituinte) em 25 de Abril de 1975, ocupa lugar cimeiro – mas, para que os erros no passado nos ajudem a construir um futuro melhor, não podemos ignorar os acontecimentos que poderiam mesmo ter inviabilizado a consumação do projeto de Abril. [VASCO LOURENÇO]
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A transcrição das gravações permite desfazer alguns equívocos, boatos e falsidades sobre o que efectivamente se passou na Assembleia. (…) ¶ Este é um momento importante da história da Revolução de Abril, já que uma parte, ainda que bastante minoritária da Assembleia, procurou radicalizar a revolução, aproveitando a vitória em dia de golpe militar, levando-a para um regime de terror e possivelmente para uma guerra civil. Essa possibilidade foi tratada num momento-chave em que o poder (Presidente da República, JSN, Governo e Coordenadora) se expôs directamente, corpo a corpo, a uma assembleia bastante numerosa, onde estavam presentes as mais variadas tendências políticas, com soldados armados na sala e muitos nervos à flor da pele. Por estas circunstâncias já seria histórica esta Assembleia, o que aumenta o valor documental da gravação que a registou. [JACINTO GODINHO]
Índice:
1. PREÂMBULO
Uma gravação “perdida”
A decisão de editar
O ataque ao RAL 1 e a Assembleia
Propósito da publicação
Critérios adotados na transcrição da gravação
Acesso à gravação pelos intervenientes na Assembleia
Carlos de Almada Contreiras 2. A COMISSÃO COORDENADORA DO PROGRAMA DO MFA e o 11 de MARÇO
Vasco Lourenço 3. PORQUE CHAMAM “SELVAGEM” À ASSEMBLEIA DO 11 de MARÇO
Jacinto Godinho 4. A ASSEMBLEIA DO MFA DE 11 DE MARÇO DE 1975 – TRANSCRIÇÃO DA GRAVAÇÃO ORIGINAL
5. ANEXO
6. ÍNDICE REMISSIVO
COORDENADOR:
CARLOS DE ALMADA CONTREIRAS nasceu em Aljustrel, em 1941, tendo feito grande parte do seu percurso de vida na Marinha de Guerra Portuguesa. ■ Participou activamente no 25 de Abril de 1974 e na redacção do Programa do Movimento das Forças Armadas. Indicou a canção “Grândola Vila Morena” como senha da operação militar dessa madrugada. ■ Entre outros cargos, foi Conselheiro de Estado, Conselheiro da Revolução e director do S.D.C.I.. ■ É Capitão-de-Mar-e-Guerra, na situação de Reforma. ■ Dirige a colecção “Memórias de Guerra e Revolução” editando obras que procuram estudar e clarificar a memória histórica da Revolução de Abril de 1974. ■ Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
/Participantes/:
VASCO CORREIA LOURENÇO nasceu em 19 de Junho de 1942, em Lousa, Castelo Branco. Integrando desde o início o Movimento dos Capitães, coordenou a organização da sua primeira reunião em 9 de Setembro de 1973, vindo a pertencer à sua Comissão Coordenadora e à sua Direcção. ■ Transferido compulsivamente para os Açores em 15 de Março de 1974, foi substituído como responsável operacional pelo Otelo Saraiva de Carvalho. ■ Único oficial que pertenceu sempre aos órgãos de cúpula do Movimento dos Capitães (CC e Dir.) e do MFA (CCPMFA, CE, C20 e CR). ■ Moderador das reuniões destes órgãos e seu porta-voz, bem como da Assembleia do MFA e da Assembleia do Exército. Membro do primeiro Conselho da Arma de Infantaria e das comissões que aprovaram os dois Pactos MFA-Partidos. ■ Primeiro subscritor do Documento dos Nove, é nomeado para comandante da RML, nomeação que está na origem do 25 de Novembro de 1975, graduado em brigadeiro. Nomeado Governador Militar de Lisboa em Agosto de 1976 e graduado em general. Aí se manteve, até Abril de 1978. ■ Terminado o CR, regressa ao Exército à CHERET, como major. Co-autor dos livros No Regresso Vinham Todos; MFA – Rosto do Povo e Do Interior da Revolução. ■ Das várias condecorações que possui, destacam-se a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. ■ Presidente da Direcção da Associação 25 de Abril, desde a sua fundação em Outubro de 1982. ■ Coronel na Reforma.
JACINTO GODINHO é jornalista dos quadros da RTP (Rádio e Televisão de Portugal) desde 1988. Como repórter especial fez vários trabalhos de investigação premiados. Produziu e realizou várias séries documentais. Foi por duas vezes galardoado com o mais importante e prestigiado prémio de jornalismo em Portugal, o Prémio Gazeta do Clube de Jornalistas. Doutorado em Ciências da Comunicação pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa. É professor auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação, da UNL onde lecciona desde 1993. Publicou os livros As origens da reportagem – Imprensa (2009) e As origens da reportagem – Televisão (2011).
Detalhes:
Ano: 2019
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 310
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-848-9
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