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Sinopse:
“O Ocidente e a Europa são, e apenas eles, no que tem de mais interior a sua marcha histórica, originalmente ‘filosóficos'. É o que atestam o nascimento e a dominação das ciências. É porque elas têm a sua fonte no que a marcha histórica do Ocidente europeu tem de mais interior, entenda-se o encaminhamento filosófico, é por isso que elas estão hoje em estado de dar à história do homem em toda a terra a sua marca específica.” (Heidegger) ¶¶¶ Dois motivos ligam entre si os ensaios aqui reunidos, escritos e quase todos publicados na década de 90. Os primeiros nove andam em torno do motivo de texto e de escrita, da paixão de ler, escrever, pensar, compreender. Vão todavia abrindo neles o segundo motivo que ocupará sobretudo os cinco textos finais: os incalculáveis efeitos da Filosofia fora dela. Em última análise, é a Europa como modernidade que é o seu grande efeito.
Índice:
1. DA GRÉCIA À EUROPA Os meus mestres O texto e a sociedade em que ele se escreve / lê Sociedades de sagrado e sociedades de cultura
2. ‘DIFFÉRANCE’, ESCREVEU DERRIDA Seja um texto de paixão O triângulo poesia, filosofia, ciências O jogo do ‘a’ e do ‘e’ Espaçamento e temporalização A relação estrutural ao Outro Linguagem como inscrição (trace) imotivada O texto como dom de muitos
3. O ENIGMA DE FALAR, ESCREVER, PENSAR Os gestos de fundação em Atenas e na Europa O enigma dos enigmas: pensar com as palavras dos outros Paradoxo e enigma
4. A FILOSOFIA É E NÃO É LITERATURA Mitos e usos A instituição da literatura nas margens A definição como arma anti-literária “Tudo o resto é literatura” Heterogeneidade e heresia
5. CONTEXTO, PORTANTO RELATIVIDADE Como a Filosofia grega inventou a alma fora do contexto Como a Filosofia europeia inventou a ideia e o sujeito A relatividade de Galileu e de Einstein O sol anda ou eu é que sou louco? Falar e pensar com as palavras dos outros Transcendentalidade: não, mas quase
6. TREMOR DE TEXTO, COMO TREMOR DE TERRA O terremoto de Lisboa e o de Galileu Onde pararam as semióticas dos anos 60? Violento é o acesso à fala Transcendentalidade apagada, ou a loucura e a morte
7. PENSAR O MAL, A TRAGÉDIA, A CATÁSTROFE: ÉDIPO E SÓCRATES EM CONTRALUZ As tragédias da casa de Édipo A (não) tragédia de Sócrates Bem e Mal são indissociáveis: a ben(mal)dição
8. KANT E ARISTÓTELES: FILOSOFIAS VIZINHAS EM CIVILIZAÇÕES CONTRASTADAS Os gestos anti-relativistas de Atenas e da Europa Duas civilizações: com energia biológica e com energia mecânica A economia da representação: análise até ao elementar, depois síntese A questão de Kant: como pensar o próprio Newton? De Kant versus Aristóteles a Kant como Aristóteles
9. O EDIFÍCIO CONCEPTUAL ERIGIDO SOBRE ÁGUA CORRENTE Os dois gestos sobre a linguagem, o de Occam e o de Nietzsche A novidade deste texto de Nietzsche: a génese da linguagem Retorno parcial à mesmidade de Parménides em três etapas Paradoxo da verdade filosófica Onde é que há conceitos filosóficos?
10. CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO DO MONOTEISMO OCIDENTAL Do Monoteismo como excepção Bíblia: a separação de Deus Filosofia: a definição separa Universalidade e tradução: a aporia da teologia cristã Sem monoteismo não haveria Europa Técnica: o retorno do separado A morte de Deus Os crentes Apêndice – De como o Pentateuco começou pelo Deuteronómio
11. O SEGREDO DO ‘MILAGRE EUROPEU’ FOI A FILOSOFIA E A BURGUESIA PROTESTANTE Terá sido ‘milagre’? Grécia e Europa: semelhanças e diferenças A obra da Europa: a composição da paisagem da modernidade Três grandes traços do Renascimento europeu O monoteísmo rasgado O fim da Europa-civilização O “milagre europeu”, entre economia e civilização filosófica A ausência da burguesia em Eric Jones
12. O MARXISMO PRÉ-LENINISTA, AVALIAÇÃO DUMA HERANÇA (UMA LEITURA DO MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA NOS SEUS 150 ANOS) As grandes alterações históricas A descoberta deslumbrada da inteligência da História Quatro críticas ao 1.º capítulo do Manifesto A abolição da propriedade privada Economia e sociedade (sobre a proposição mais célebre do Manifesto: “a história de qualquer sociedade até aos nossos dias não foi senão a história de lutas de classes”) Uma nova Internacional (Derrida)
13. DO DESEMPREGO COMO PROMESSA E COMO FLAGELO A questão da promessa Que pode querer dizer ‘promessa’ em história? O escândalo: sucede como flagelo o que foi prometido “Sejam realistas, façam o impossível”
14. MULHER E HOMEM, CASA E ALMA, LUCE IRIGARAY E PLATÃO Um texto deliberadamente anti-pedagógico A mulher que Freud mede pelo homem A psicanálise é herdeira da filosofia masculina A caverna-mãe-terra Digressão pela composição da República de Platão A ruptura: a alma arrancada à casa O feminismo de Platão “A mulher não é nem uma nem duas” Agradecimentos
O AUTOR:
FERNANDO BELO: ¶ Até aos 40 anos. Duas licenciaturas, em engenharia civil (IST, 1956) e teologia (Paris, 1968), com 12 anos de clérigo entre elas, tendo tido um maravilhoso professor de filosofia, o P. Honorato Rosa. Esta época saldou-se com a publicação de Lecture matérialiste de l’évangile de Marc. Récit, pratique, idéologie (1974), trad. castelhana, alemã e americana, articulando uma leitura textual da narrativa (R. Barthes) à estrutura social da Palestina da época (Althusser, Bataille), no contexto do estruturalismo francês, aliança da filosofia com ciências sociais e humanas. ¶ Após os 40 anos. O livro, em tempos de revolução, abriu as portas do departamento de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa (1975-2003), docente de Filosofia da linguagem e doutorado com tese sobre epistemologia da semântica saussuriana, (1989). Da Linguística às outras Ciências, esse ensino saldou-se pela publicação de Le Jeu des Sciences avec Heidegger et Derrida, (2 vol. 2007), entre outros livros, como Heidegger, pensador da Terra (2012), Seja um texto de paixão Onde se mostra que sem a Filosofia não haveria Europa e dos blogues Filosofia com Ciências (textos de fundo) e Filosofia mais Ciências 2 (textos de ocasião).
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 202
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-793-2
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