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Sinopse:
As novelas de Albano Estrela, sobretudo as de cariz fantástico e insólito, são, em geral, perturbantes: pelas ideias ponto de partida, pela trama, pela inversão de ideias e sentimentos a que frequentemente nos obrigam, e pela inverosimilhança que se vai tornando verosímil mediante a clareza da escrita e o desenrolar dos factos relatados. ¶ Há nestes textos um misto de comicidade e de inesperado que lhe dão um cunho particular. Como já assinalámos, o seu espírito é simultaneamente crítico e divertido, às vezes quase verrinoso, mas nunca cruel e sempre profundamente humanista. As suas personagens, umas a partir de pessoas conhecidas, outras a partir de relatos, ou textos lidos, outras ainda inventadas, manifestam-se por um frémito de aventura, de heroísmo, ou de loucura, que lhes permite uma afirmação individualmente superadora. Mas que acaba frequentemente por não se concretizar, ou melhor, por serem dominadas e integradas pelo tom crítico e a claridade da sintaxe de que o autor se serve. Daqui resulta uma espécie de non-sense coerente, porque a estrutura narrativa e a forma estilística utilizada os enquadra, e, de algum modo, os redime aos olhos do escritor. E aos nossos. ¶¶ João Boavida (do Prefácio)
Índice:
Apresentação
Prefácio
Capítulo I – Histórias pessoais e da minha família A Minha Luta com a Palavra Uma viagem pelas minhas recordações da Segunda Guerra Mundial Um ciclone, apenas Um Avião em Chamas no Céu de uma Noite de Verão Uma linha branca no firmamento A única fraqueza do senhor “Já não é” Alouette, Alouette! Uma noite na praça Jean-Jaurès, em Bordéus O inimigo
Capítulo II – Textos a roçar o fantástico Dupla identidade Parábola da cadela que perdeu a alma Um táxi católico? O enterro do Conde de Orgaz A estranha pós-morte de Martinho Gaspar
Capítulo III – A vida entre o amor, o desassossego e a morte Sete dias que abalaram o mundo de Matias Gonçalves E pensava eu que só os homens não sabiam amar as mulheres... Da janela do meu quarto Antonella, amor e próstata Ah, se eu pudesse transformar-me numa mulher virtual! Minha Irmã, Meu Amor D. Álvaro O bispo alucinado
Capítulo IV – Histórias insólitas As gôndolas de Florença O poeta do acto único O mapa dos sabores Clube dos leitores compulsivos anónimos (CLCA) Os cinco sonhos de Mariana Onde está a felicidade?
Capítulo V – Contos e crónicas de reformados Diz-me espelho meu O coleccionador de sorrisos O fruto proibido Tocata e fuga em lá menor Já ninguém quer nada com o comandante O que eu quero é a Margarida! Se eu soubesse o que fazer com a minha liberdade. .. Afinal, também há reformados felizes Os mais intensos prazeres terrestres
Capítulo VI – Textos à volta da educação A “escola-caserna” Eu queria dizer... “Manhã Submersa”, releituras Discípulos e mestres
Capítulo VII – Narrativas de noites de epifania de figuras históricas A presença (uma história de Aristides de Sousa Mendes) O Dilema (uma história de Winston Churchill) Vinte e Quatro Horas na Vida de um Escritor (sobre um texto de Stefan Zweig) O Lugar do Tempo Reencontrado (sobre Marcel Proust) A Noite Antes (sobre Friedrich Nietzsche)
Capítulo VIII – Textos dispersos António Botto, o Esteta Perfeito “Eu creio que levaria o fogo!” Indícios de oiro Despedida adiada Dois em um, um em dois Uma Tertúlia “Literária” no Porto, em Meados do Século XX
AUTOR:
ALBANO ESTRELA nasceu no Porto em 1933. Licenciou-se em Coimbra em ciências histórico-filosóficas e doutorou-se em Ciências da Educação na Universidade de Caen, França. É professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa e autor de uma obra variada naquela área do conhecimento. A partir dos sessenta anos, começou a escrever contos e outros textos literários, actividade que perdurou até ao presente e se traduz em cerca de vinte livros publicados em nome individual ou colectivo. Entre os contos, crónicas e textos de diferente índole reunidos nesses livros, poderão destacar-se, um tanto aleatoriamente, os seguintes: aqueles que giram à volta das suas vivências familiares e de homem do Norte, dominantes em livros como “Crónicas de um Portuense arrependido” ou “Porto imprevisto”; os que roçam o fantástico, de que “O Enterro do Conde de Orgaz” constitui um dos melhores exemplos; aqueles que se inspiram em figuras históricas como “Memórias que Salazar não escreveu”; as ficções inspiradas na vida lisboeta actual, como “Da Janela do meu Quarto”. De referir ainda alguns textos marcados pelo insólito ou de reflexão pontual sobre a edução ou a criação literária.
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 342
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-126-8
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