A Mulher em África – (2.ª edição)

Vozes de uma Margem sempre Presente




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Sinopse:

Os estudos de género dispõem, em nossos dias, de uma bibliografia bastante extensa e igualmente significativa, sobretudo – mas não só – nas áreas das Ciências Humanas e Sociais. Eles têm contribuído para que se tornem mais visíveis as contradições existentes nas convenções e, como consequência, representam uma espécie de reacção à marginalidade e à excentricidade de sujeitos antes silenciados. ¶ A presente colectânea quer juntar-se a esse movimento mais amplo de desconstrução e de implosão várias, para tanto fazendo de África o centro de um debate por muito tempo obstaculizado pelas imposições da colonialidade do poder e do saber. O objectivo principal é proceder a uma abordagem crítica, nas várias áreas das artes e do saber, do lugar de mulheres excluídas das reflexões culturais e de seus cânones nacionais. Pretende-se, com esta publicação, colocar mais uma pedra no edifício construído com a argamassa da diferença, sempre com o cuidado científico e teórico-metodológico de não se sucumbir ao falso apelo de redutores essencialismos.

Índice:

PREFÁCIO
Isabel Castro Henriques

INTRODUÇÃO
Inocência Mata & Laura Cavalcante Padilha

I. O GÉNERO COMO QUESTÃO
Eunice Macedo e outros: “Por outras formas de Ser e Estar: mulheres, participação e tomada de decisão”

II. ABORDAGENS SÓCIO-HISTÓRICAS
Alberto Oliveira Pinto: “O colonialismo e a ‘coisificação’ da mulher no cancioneiro de Luanda, na tradição oral angolana e na literatura colonial portuguesa”

Aurora da Fonseca Ferreira: “A contribuição da mulher na formação
do saber e do conhecimento”

José Gama: “A dimensão intelectual de Deolinda Rodrigues”

Manuela Borges: “Educação e género: assimetrias e discriminação na escolarização feminina em Bissau”

Martha Saavedra: “Islam, Women, Gender, Sports, and the Female Body in Sub-Saharan África”

Odete da Costa Semedo: “Ecos da terra”

Olga Iglésias: “Na entrada do novo milénio em África: que perspectivas para a Mulher Moçambicana?”

Suzana Rodrigues Pavão: “Nzinga uma lenda, uma história – a resistência africana ao colonialismo português”

Vera Duarte: “Cabral, género e desenvolvimento”

III. MULHER E ESCRITA LITERÁRIA
3.1. SOBRE A VOZ AUTORAL FEMININA
Ayo Kehinde: “Transcending Gender Warfare: Ama Ata Aidoo’s Recent
Short Fiction and the Portrait of a New African Woman”

Deolinda Adão: “Novos espaços no feminino: uma leitura de Ventos do Apocalipse, de Paulina Chiziane”

Hilary Owen: “Sexing the Lusotropics: Lília Momplé and the Women
in white”

Íris Maria da Costa Amâncio: “Coreografias de sentidos: discursos, espaços e ritmos angolanos na narrativa de Ana Major”

Jane Tutikian: “Por uma Pasárgada caboverdiana”

Jorge Valentim: “Do conto ao canto: as mornas cabo-verdianas na voz feminina de Dina Salústio”

Maria Armandina Maia: “Orlanda Amarílis, os passos em volta de Ilhéu dos Pássaros”

Maria Teresa Salgado: “Neighbours: de violências, mulheres, mudanças... e homens”

Phillip Rothwell: “Subaltern Rankings and the Death of Community
in Buchi Emecheta’s In the Ditch”

Robson Dutra: “Niketche e os vários passos de uma dança”

Russell G. Hamilton: “Niketche – a dança de amor, erotismo e vida: Uma recriação novelística de tradições e linguagem por Paulina Chiziane”

Sara Tagliacozzi: “Elle sera... Prophétisme artistique et création feminine dans l’oeuvre de Werewere Liking”

Shirlei Campos Victorino: “A geografia da guerra em Ventos do Apocalipse de Paulina Chiziane”

Terezinha Taborda Moreira: “A palavra em exílio”

3.2. DIÁLOGOS PELO FEMININO
Ana Mafalda Leite: “Lee-Li Yang, um heterónimo feminino de Virgílio de Lemos”

Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco: “Mãos femininas e gestos de poesia”

Donald Burness: “A revolta das mulheres no Leste da Nigéria em 1929 e The Cassava Ghost, de Ezenta Eze”

Ebenezer Adedeji: “A problemática do amor e casamento na literatura africana escrita pela mulher”

Inocência Matta: “Mulheres de África no espaço da escrita: a inscrição da mulher na sua diferença”

John Rex: “A oralidade escrita, ou a voz continuadora da matriarca africana em Lília Momplé e Ama Atta Aidoo”


Laura Cavalcante Padilha: “Bordejando a margem (escrita feminina, cânone africano e encenação de diferenças)”

Maria Nazareth Soares Fonseca: “Mulher-poeta e poetisas em antologias africanas de língua portuguesa: o feminino como exceção”

Patrícia Rainho e Solange Silva: “A escrita no feminino e a escrita feminista em Balada de Amor ao Vento e Niketche, uma História de Poligamia”

Pires Laranjeira: “O feminino da escrita: espinhoso marfim”

Simone Caputo Gomes: “O texto literário de autoria feminina escreve e inscreve a mulher e(m) Cabo Verde”

Sunday Adetunji Bamisile: “A posição e o problema das mulheres na
sociedade nigeriana nas peças The Gods are not to blame, Hopes of the living dead e Our husband has gone mad again, de Ola Rotimi”


IV. UM RECORTE DIASPÓRICO
Vanda Machado: “Oxum: mãe do mundo e nascente da ancestralidade”





ORGANIZADORAS:

INOCÊNCIA MATA Doutora em Letras pela Universidade de Lisboa e pós-doutora em Estudos Pós-coloniais pela Universidade de Califórnia, Berkeley; é professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na área de Literaturas, Artes e Culturas, e investigadora do Centro de Estudos Comparatistas (CEC). Foi, de 2014 a 2018, professora na Universidade de Macau, onde exerceu com uma licença especial do Reitor da ULisboa, tendo sido vice-directora do Departamento de Português da Universidade de Macau, coordenadora do Programa de doutoramento, PhD in Literary and Intercultural Studies (Portuguese), e directora do Centro de Investigação de Estudos Luso-Asiáticos (CIELA). É membro de associações científicas da sua especialidade, de que se destacam a Associação Portuguesa de Literatura Comparada, a Association por L’Étude des Littératures Africaines (França), a Associação Internacional de Estudos Africanos (AFROLIC, Brasil) e a Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa (AILP-CSH). Membro fundador da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe (UNEAS) e sócia Honorária da Associação de Escritores Angolanos (UEA) é também membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa – Classe de Letras, membro da Academia Angolana de Letras e Académica Correspondente da Academia Galega da Língua Portuguesa. Professora visitante de muitas universidades estrangeiras, é igualmente membro do Conselho Editorial e Científico de muitas revistas de especialidade, nacionais e estrangeiras. Tem publicado na área de literaturas e culturas africanas, literaturas em português e estudos pós-coloniais e culturais.


LAURA CAVALCANTE PADILHA Professora Emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) e Pesquisadora Associada do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, Laura Cavalcante Padilha graduou-se em Letras Neo-Latinas pela Universidade do Brasil (1959); concluiu o mestrado na mesma área na Universidade Federal Fluminense (1978); o doutorado em Letras Vernáculas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988) e o pós-doutorado na Universidade de São Paulo (2006), igualmente na área de Letras e na subárea de Literaturas Africanas de Língua Oficial Portuguesa. É consultora ad-hoc de vários órgãos de fomento à pesquisa, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, bem como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e outros organismos. É pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Embora aposentada, continua a atuar na Pós-Graduação em Letras da UFF. Foi-lhe outorgada, em 2011, a Cátedra Professor Carlos Lloyd Braga, na Universidade do Minho, em Braga. É autora das seguintes obras: Entre voz e letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX (1995) e Novos pactos, outras ficções (2002), ambos também editados em Portugal pela Novo Imbondeiro, para além de obras em co-autoria.

Detalhes:

Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 388
Formato: 23x16
ISBN: 978-972-772-763-6
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