Recomendar livro a um amigo
|
Sinopse:
A escrita policial de Fernando Pessoa ocupa um importante lugar na sua obra, pela atenção que o autor lhe dedicou durante décadas, lendo, teorizando e escrevendo. O interesse por este popular género literário manifestou-se cedo, ainda na fase da sua vida em que o inglês era a língua de escrita preferida, com a criação de Tales of a Reasoner, o conjunto dos casos do Ex-Sargeant Byng. Mais tarde, já em português, Pessoa criou o raciocinador Abílio Fernandes Quaresma, cujos casos formam o conjunto com o título Quaresma, Decifrador. O presente ensaio analisa a especificidade do conceito de policial desenvolvido, centrado em Quaresma, uma figura talhada como personalidade literária. Observa ainda a área ficcional da obra de Fernando Pessoa e todo o edifício literário construído em torno do policial. ¶
«Um dos poucos divertimentos intelectuais que ainda restam ao que ainda resta de intelectual na humanidade é a leitura de romances policiais. (...) Um dos volumes de um destes autores, um cigarro de 45 ao pacote, a ideia de uma chávena de café – trindade cujo ser-uma é o conjugar a felicidade para mim – resume-se nisto a minha felicidade.» ¶ Era deste modo que Fernando Pessoa descrevia a sua relação com o popular género literário. Levou mais além a felicidade que a leitura lhe proporcionava e escreveu muitas histórias de um policial, pessoano de sua natureza, em que sobressai a figura de Abílio Fernandes Quaresma, decifrador, um “fantasma a errar em salas de recordações” com poder de se transfigurar pelo raciocínio.
Índice:
Labirintos
Fragmentos, fragmentos, fragmentos
O lugar da ficção na prosa de Fernando Pessoa O início Alter egos David e Lucas Merrick Charles Robert Anon e Horace James Faber Alexander Search Pantaleão Dr. Nabos Vicente Guedes Pêro Botelho Bernardo Soares O Barão de Teive Ele próprio Projectos Íbis e Olisipo Temáticas Contos filosóficos Paradoxos, teses e antíteses Contos fantásticos Histórias de aventuras Monólogos de autodiagnóstico Na antecâmara do policial
A ficção policial O nascimento do género A Grã Bretanha – Charles Dickens e Wilkie Collins A França – Émile Gaboriau e Fortuné du Boisgobey Os Estados Unidos da América – Edgar Allan Poe O aparecimento de Sherlock Holmes A Golden Age Enigma, mistério, suspense A natureza do policial Uma ameaça aos bons costumes Um produto da modernidade Em busca do policial português
A ficção policial e Fernando Pessoa O «divertimento intelectual» O ensaio «Detective Story» Diálogos
Pessoa, escritor de policiais As primeiras histórias Tales of a Reasoner The Stolen Document The Case of the Science Master The Case of the Quadratic Equation The Case of Mr. Arnott Projectos Byng O primeiro raciocinador: William Byng As novelas policiárias A construção da série Quaresma, Decifrador Abílio Fernandes Quaresma A «dolorosa impressão» O Almanach de Lembranças O «apenso débil à humanidade» O «corpo retirado de circulação» A «força de uma conclusão» O método Manuel Guedes ou Quaresma e o Outro O universo das novelas Personagens Crimes e criminosos Um mapa de Lisboa Quaresma e o assassinato de Sidónio Pais O Caso Shakespeare Projectos A Boca do Inferno
Conclusão
Bibliografia
Abreviaturas
Símbolos
Data de Publicação: MARÇO DE 2016
A AUTORA:
Ana Maria de Freitas é investigadora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Possui um doutoramento sobre a ficção policial de Fernando Pessoa, cuja obra inédita investiga. São da sua responsabilidade as edições Quaresma, Decifrador, Histórias de um Raciocinador e o Ensaio Detective Story, O Mendigo e Outros Contos e A Estrada do Esquecimento e Outros Contos.
Detalhes:
Ano: 2016
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 344
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-555-6
|