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Sinopse:
Aqueles seres humanos são uma ficção demasiado real, integrantes de um mundo mais próximo do que longínquo. Estão, por isso, no fim do que podem fazer como negativo, nocivo ou dano; como maldade incontornável que cada um mostra e oferece aos outros. Foi este o mundo que Bergman nos trouxe em imagens: um mundo de seres humanos reais instalados numa ficção por demais verdadeira. Um mundo em que esses homens e mulheres são suportados pela maldade que cresce e se evidencia – utilizando ou fazendo explodir as suas máscaras, esse esconderijo que inevitavelmente mostra – não tendo, afinal, outra alternativa que não seja realizar o existir assim. ¶ [António Júlio Rebelo.] ¶
Quando a filosofia se começou a interessar mais pelo cinema destacou-se destes o nome do sueco Ingmar Bergman como cineasta capaz de nos seus filmes problematizar o ser humano confrontando-o consigo próprio, com os outros, com o transcendente, com a arte, com o presente e o passado em termos estilisticamente novos e pessoais. Ora ele, que é bem conhecido em Portugal, tem estado, fora da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, ausente da bibliografia portuguesa especializada por razões que talvez se prendam com o elevado índice de dificuldade e complexidade, e também com a extensão e a diversidade da sua obra. ¶ [Carlos Melo Ferreira (do Prefácio)]
Índice:
Prefácio Memória Abreviaturas Índice
INTRODUÇÃO – Do trabalho académico –Tese de Doutoramento – ao ensaio: um percurso de mudança 1.Abertura 2.Regressar ao cinema de Bergman: razões e motivações
I – A temática norteadora – A maldade humana e a sua legitimidade / uma perspectiva com significado 1.O Problema da Maldade 1.1. A noção de maldade: pressupostos e esboço para a definição de maldade 1.2. A maldade como noção imagética, a partir do conceito de mal moral 1.3. A necessária passagem pelo mal moral: a relevância da responsabilidade dos seres humanos
II – Breve enquadramento – a Filosofia do Cinema
1.Serão os filmes de Bergman obras filosóficas? Como e quem promove a aceitação dessa possibilidade? Qual o alcance das perguntas formuladas? 1.1. Identificação e âmbito do problema 1.2. Sobre obra filosófica e o contributo de Bergman para a filosofia 1.3. Em Bergman, do filosófico no filme à atribuição dessa qualidade por parte de quem o interpreta – novos conceitos em vez de ilustração filosófica
III – A análise de oito filmes no centro da reflexão 1.A importância da influência religiosa em Bergman,a partir de Nattvardsgästerna, Luz de Inverno 1.1. Contextualização prévia: propósito da análise, condição do filme e presença parental 1.2. Âmbito do filme como requisito para o entendimento da Fé e da Palavra 1.3. A Fé: uma relação atormentada de aceitação e incerteza 1.4. A Palavra como recurso e mediação
2.Angústia e desespero: um itinerário de recriação conceptual emViskningar och rop, Lágrimas e Suspiros 3.O existencialismo Sartriano: centrare ampliar em Tystnaden, O Silêncio, a conceptualizaçãode liberdade e corpo, em Sartre 4.A correspondência com Camus e a similitude entreas narrativas de La Peste, A Peste, e Skammen, A Vergonha 4.1. A relação entre Bergman e Camus: factos a ter em conta e perguntas problemáticas 4.2. A Queda – narrativa de Camus 4.3. Qual a razão do interesse de Bergman por A Queda? Que limitações teriam sido consideradas para que não tivesse sido possível passar para linguagem cinematográfica o texto literário de Camus? 4.4. A Peste – narrativa de Camus 4.5. A Vergonha – narrativa de Bergman 4.6. Que correlação problemática e conceptual poderá existir entre A Peste e A Vergonha?
5. A maldade humana exemplificada em En Passion, Paixão
6.Gycklarnas afton, Noite de Circo – um exercício fílmico exemplarem torno da humilhação 6.1. As máscaras: definição, reconhecimento e extensão 6.2. Jogo e variações da máscara 6.3. Ao encontro da humilhação por detrás da máscara e no interior do filme
7.De tvä saliga, Os dois bem-aventurados – violência em direcção à morte provocada: o limiar da maldade
CONCLUSÃO 8.Trollflöjten, A Flauta Mágica – A possibilidade de redenção
Filmografia | Bibliografia
Anexo
DATA DE EDIÇÃO: Dezembro de 2015
O AUTOR:
ANTÓNIO JÚLIO REBELO, natural de Tomar e a residir em Estremoz, parecendo-lhe que reside aí desde sempre, dada a intensidade da vivência partilhada com quem mais ama. A sua idade avança para a inevitabilidade, mas contraria isso com boa disposição. É professor na Escola Secundária dessa cidade alentejana e, tal como Van Morrison cantou um dia, umas das suas paixões, entendida à sua maneira, foi sempre a Filosofia. E acrescenta agora, foi também o Cinema e, muito em especial, o Cinema de Ingmar Bergman.
Detalhes:
Ano: 2016
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 246
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-536-5
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