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Das Políticas às Práticas de Educação de Adultos
Lógicas de Acção, Sentidos e Modos de apropriação Localmente Produzidos
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Sinopse:
A investigação científica em torno do conceito de acção pública tem vindo a ganhar uma relevância acrescida nas sociedades ocidentais contemporâneas à medida que o Estado deixa de ser o actor central e hegemónico na implementação das políticas públicas e novos actores intervêm na arena pública produzindo uma reconfiguração das políticas no sentido de uma construção colectiva dos modos de produzir a acção pública. Esta obra é assim um contributo a partir da perspectiva sociológica para a inteligibilidade social da produção das políticas públicas na sociedade portuguesa a partir de um analisador privilegiado, o programa de política educativa designado por Iniciativa Novas Oportunidades.
A análise desta medida de política pública permite-nos dizer que o Estado contemporâneo passa por uma reconfiguração na forma de produção da acção pública em que as suas finalidades instrumentais/poiéticas se sobre-põem claramente às suas finalidades éticas. Constrangido por cima por actores multinacionais e transnacionais (de que a Troika é um bom exemplo) nas suas decisões, acções e recursos, o Estado que deixa de poder pôr em prática as políticas públicas por si só, passa a agir numa lógica procedi¬mental mobilizando para o cumprimento das suas finalidades os múltiplos “parceiros” da sociedade dita civil.
A acção pública assim produzida resulta do trabalho poiético que os múltiplos actores no terreno diferencialmente posicionados são capazes de produzir articulando lógicas de acção múltiplas e não poucas vezes contraditórias.
Índice:
Prefácio
Introdução As motivações para o projecto
Do problema público à problemática sociológica: O interesse científico do objecto
I Parte – Das Policy Sciences à Sociologia Política da Acção Pública 1.1. do interesse político, social e científico das políticas públicas na actualidade 1.1.2. De que falamos quando falamos de políticas públicas? Esclarecimento conceptual 1.2. Da evolução das políticas públicas e da sua conceptualização analítica 1.2.1. As Policy Sciences e a racionalização política e científica da acção pública 1.2.2. Do optimismo racionalizador à crítica sociológica: O contributo essencial da sociologia das organizações 1.2.3. Em direcção a uma sociologia política da acção pública 1.3. Na génese das Policy Sciences: O contributo da Análise Sequencial 1.3.1. As críticas ao modelo sequencial 1.3.2. Os contributos da análise da decisão: O reconhecimento dos limites da racionalidade 1.3.3. A análise cognitiva das políticas públicas 1.3.4. As abordagens neo-institucionalistas 1.4. A implementação prática da acção pública 1.4.1. Do modelo Top-Dow ao modelo Buttom-Up 1.5. Acção poiética e racionalidade procedimental: Agir em contexto de incerteza 1.6. Agir poiético: A acção orientada pela acção 1.7. As mutações em relação à norma na modernidade: Desformalização, dês-substancialização e procedimentalização 1.8. Problematizando a procedimentalização: Polissemia, complexidade e potencialidade heurística do conceito 1.9. Da sociologia da socialização à sociologia da individuação 1.10. O trabalho dos formadores de adultos no singular: A centralidade do operador analítico prova
II Parte – As Políticas Públicas de Educação de Adultos em Portugal: Breve Revisitação Sócio-Histórica 2.1. A educação básica de adultos num país da semiperiferia do sistema mundial: Breve contextualização sócio-histórica 2.2. A Iniciativa Novas Oportunidades como medida de política pública educativa 2.3. Os cursos EFA e as normas de orientação para a acção
III Parte – O Dispositivo de Pesquisa e a Estratégia Metodológica de Investigação 3.1. A estratégia e o desenho da investigação 3.2. A modelização interactiva da pesquisa qualitativa 3.3. A estratégia e o desenho da investigação: Os objectivos e as questões de investigação 3.3.1. Os objectivos da pesquisa 3.3.2. As questões de investigação 3.3.3. O modo de investigação 3.3.4. As unidades de análise e a constituição da amostra 3.4. Mergulhar no terreno e partir para a descoberta 3.5. O acesso ao terreno e aos entrevistados 3.6. A entrevista como instrumento central da produção dos dados 3.7. Sobre a análise e o modo de tratamento dos dados das entrevistas 3.8. A observação directa não participante 3.9. A pesquisa documental 3.10. O modelo de análise 3.11. O quadro de referência teórico 3.12. Da relação à empíria – Vectores de análise extraídos da análise estrutural de conteúdos
IV Parte – A Análise e a Discussão dos Dados 4. Modos individuados de ser formador na educação básica de adultos 4.1. Alguns atributos caracterizadores dos técnicos de educação e formação de adultos 4.2. Ser ou Não Ser formador: Eis a questão 4.3. Uma identidade socioprofissional ambígua e incerta 4.4. Ser da casa ou ser de fora 4.5. Mercenários e Missionários 4.6. Entre a estabilidade confortável, a estabilidade instável e a precariedade flexível 4.7. Desescolarizar o modo escolar de educar: Aqui não se ensina como na escola 4.8. Temporalidade e intensidade dos laços sociais no espaço da formação básica de adultos 4.9. Sinopse 1 – Os modos individuados de relação à Iniciativa Novas Oportunidades 5. Modos de representação dos beneficiários, provações e gratificações dos formadores face ao trabalho de formar 5.1. Os Oportunistas: Os aproveitadores do sistema 5.2. Os Clientes-Ideais: Aqueles que são talhados para o programa 5.3. Os Forçados: A recusa das políticas de activação estatal 5.4. Os Encostados: Uma activação feita por arrasto 5.5. Sinopse 2 – O Estado Social Activo à prova dos beneficiários da Iniciativa Novas Oportunidades
6. As provações do trabalho de formar 6.1. Trabalhar com um público “difícil” 6.2. O desafio de mudar comportamentos: Afinal que trabalho é o meu não é? Estas pessoas não mudam? 6.3. Trabalhar com públicos não motivados para a formação: As pessoas estão-se nas tintas para o que a gente diz 6.4. Gerir uma ordem social conflitual: Todas as semanas há um conflitozinho 6.5. Trabalhar em equipa é a parte mais difícil 6.6. Gerir diferenças do zero aos oitenta 6.7. A baixa literacia como obstáculo pedagógico: Ultrapassar isto é qualquer coisa que ainda está por fazer 6.8. Ultrapassar o gigante Adamastor: O bicho papão da Matemática 6.9. A prova da imprevisibilidade: Nunca estamos preparados para tudo aquilo que nos vai acontecer 6.10. As gratificações do trabalho de formar: Valorizar a vida dos outros… 6.11. As gratificações do trabalho de formar: A valorização de si próprio 6.12. Sinopse 3 – As provas do trabalho de formar
7. Os modos de apropriação organizacional 7.1. Da lógica de intervenção comunitária à lógica da qualificação individual 7.2. Entre uma lógica de acompanhamento de proximidade e uma lógica de acompanhamento à distância 7.3. O mediador faz a diferença: Entre a lógica da mediação total e a lógica da mediação parcial 7.4. Acção poiética na construção local do currículo: Um trabalho pedagógico que se faz fazendo 7.5. Sinopse 4 – Os modos da apropriação organizacional da medida
8. Sentidos e lógicas de acção face à implementação da Iniciativa Novas Oportunidades 8.1. Os sentidos da Iniciativa Novas Oportunidades: Entre a reparação de injustiças e a produção de injustiças 8.2. Entre as lógicas de acção Estatal e as lógicas dos actores no terreno: Tensões, contradições e ambivalências 8.3. Entre a lógica da quantidade e a lógica da qualidade: Tensões e contradições entre a massificação e a singularização 8.4. As temporalidades da acção pública: O tempo que não nos é dado 8.5. Entre o universalismo e a selectividade: Este programa não é para todos 8.6. Entre a lógica poiética e a lógica autopoiética: Um Estado que tem dificuldade em fazer uma escuta activa 8.7. Sinopse 5 – Sentidos e lógicas de acção face à implementação da Iniciativa Novas Oportunidades
9. Dos Centros Novas Oportunidades aos Centros Para a Qualificação e Ensino Profissional: A manutenção da orientação poiética do Estado 9.1. A justificação das finalidades da medida 9.2. O âmbito de actividade dos CQEP e as suas atribuições 9.3. Uma lógica de candidatura 9.4. Uma lógica territorial assente numa rede de parceiros 9.5. Uma intervenção sobre o singular 9.6. Dos técnicos de RVCC aos técnicos de ORVC: Acolher e orientar para além de reconhecer e validar 9.7. A introdução de uma prova para fazer prova das competências. Quantificar o resultado do processo de RVC 9.8. Sinopse 6 – Mudança governamental e permanência da orientação procedimental na actuação do Estado
10. Na hora do fecho, pensar novas aberturas 11. Bibliografia 12. Anexos
O AUTOR:
João Eduardo Martins é docente na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve onde é actualmente subdirector da licenciatura em Sociologia. Licenciou-se em Sociologia pela Universidade de Évora. Concluiu o mestrado em Sociologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa sob a orientação de Sérgio Grácio e doutorou-se em Sociologia nessa mesma Universidade sob a orientação de Casimiro Marques Balsa. É ainda Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos. As suas áreas de interesse científico são a Sociologia Política da Acção Pública, a Sociologia da Educação, as Desigualdades Sociais e a Estratificação Social, o Trabalho e as Organizações Complexas.
Detalhes:
Ano: 2014
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 454
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-397-2
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