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Sinopse:
A presente obra pretende contrariar a tendência comum que tende a definir a identidade de um determinado grupo pelas suas características culturais descritíveis. Segundo o autor, o processo de construção identitária é mais complexo que esta simples e eventual correspondência. Em primeiro lugar, porque a consciência identitária necessita do confronto cultural com o outro, sem o qual não desperta e não toma forma. De facto, a identidade procede do nível de consciência que o grupo tem das suas práticas culturais, as quais só se tornam, mais ou menos, manifestas graças à comparação cultural com terceiros. Em seguida, porque as práticas culturais conscientes dependem da sua reinterpretação pelos agentes sociais. Neste processo, é possível introduzirem-se discrepâncias entre a representação da realidade cultural descritível e essa mesma realidade. Por outro lado, a construção identitária está sujeita à aculturação e à anomia social daí provenientes. Resta também que os indivíduos podem identificar-se com algo que não lhes corresponde culturalmente. Assim, a norma identitária, forçosamente consciente (contrariamente à cultura), reflecte, sobretudo, a construção de uma imagem saída da interpretação das práticas culturais centrais do grupo e as suas incertezas. O autor chama ainda a atenção para o possível desajuste entre identidade formal e sentimento de pertença, divergência muito comum no universo das sociedades actuais. Baseado nesta perspectiva geral, o livro analisa os grandes factores antropológicos da identidade e o seu peso na tomada de consciência desta. A finalizar, é colocado em evidência o fraco reflexo identitário regional português em favor da consciência nacional assim como determinados aspectos paradoxais de incerteza desta mesma identidade nacional.
Índice:
Nota do autor Os Caminhos do Livro
ABERTURA 1. A identidade e a sua complexidade 2. Factores de incerteza identitária
I PARTE – A REVELAÇÃO IDENTITÁRIA I Capítulo – As Identidades nas Ciências Sociais e Humanas 1.1. Breve pano de fundo bibliográfico 1.2. As etno-identidades e o estudo dos nacionalismos
II Capítulo – Psicologia Colectiva e Identidade 2.1. As representações sociais 2.2. Práticas sociais, representações e identidade 2.3.1 O grupo, o estatuto e a posição social na representação identitária
II PARTE – MARCADORES ANTROPOLÓGICOS DA IDENTIDADE COLECTIVA I Capítulo – Civilização e Cultura 1.1. A civilização um marcador reivindicado? 1.2. A cultura e a consciência identitária 1.3. Áreas culturais e identidade 1.3.1. O factor linguístico, religioso e histórico
II Capítulo – Factores Fenotípicos e Antropológicos da Identidade 2.1. A “raça” um marcador identitário? 2.2. A pertença étnica
III Capítulo – Lugares de Memória 3.1. A memória do território: o pagus identitário 3.2. A memória geográfica 3.3. A memória das paisagens regionais 3.4. A memória do património etnológico
III PARTE – INCERTEZAS NA IDENTIDADE PORTUGUESA I Capítulo – Qualificações e Desqualificações Identitárias Portuguesas 1.1 “Estrangeirados” e “castiços” 1.2. Formas novas de desqualificação social e identitária 1.3. O “cá”, o “lá fora” e o espaço ibérico de transição
I I Capítulo – Desafios Actuais da Identidade Nacional 2.1. A ilusão de uma independência política imperecível 2.2. A multiculturalidade no Portugal actual
Considerações finais
Anexos: antigas divisões geográficas de Portugal
Referências Bibliográficas
O AUTOR:
Armindo (Nunes Fernandes) dos Santos é antropólogo, Agregado pela Universidade Nova de Lisboa, Doutorado em Antropologia Social pela EHESS (Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales e Laboratoire d´Anthropologie Sociale do Collège de France, Paris), Licenciado e Mestre em Sociologia assim como Licenciado em Geografia na Academia de Paris e Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autor das seguintes obras: Heranças – Estrutura agrária e sistema de parentesco numa aldeia da Beira-Baixa, Lisboa: Dom Quixote, 1996; Antropologia geral, etnografia, etnologia, antropologia social, Lisboa: Univ. Aberta, 2000; Antropologia do parentesco e da família, Lisboa: Edições Piaget, 2006. É ainda autor de um importante número de artigos sobre o parentesco europeu, e português em particular, assim como de outros assuntos de interesse antropológico.
Detalhes:
Ano: 2013
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 206
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-324-8
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