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Sinopse:
No presente trabalho, Inocência Mata explora as relações entre a literatura, a história, o repensar da Nação Angolana e da sua criação, na minha obra. Como autor devo dizer que muito dificilmente seria de outra maneira. A minha geração foi privilegiada por ter tido que fazer opções dramáticas. Em contraponto encontramos outras gerações que perdem os objectivos ou que nunca chegam a ter algum, o que me parece um vácuo demasiado doloroso, simplesmente desumano. Por ter de fazer esse tipo de opções (lutar ou não lutar contra a situação colonial, pegar em armas ou trabalhar no exílio frio, desertar ou continuar num exército de ocupação colonial, etc., etc.) a literatura da minha geração está “contaminada” por essas opções pessoais. Daí o socorrer-se do passado para pensar o presente e perspectivar o futuro, daí o interesse pelos problemas que fracturam a sociedade, daí a ligação quase indispensável com o facto político. Os meus livros não podiam ser excepção. Pelo menos até certa altura da minha vida. Penso ser isso que inspirou a minha amiga Inocência, aliás como alguns outros estudiosos.
Pepetela (“Prefácio”).
Índice:
Agradecimentos
Dedicatória
PREFÁCIO (Pepetela)
INTRODUÇÃO
I PARTE DEFINIÇÃO DOS CAMPOS TEÓRICOS EM ESTUDO
Vieses de um recorte cultural 1. A historicidade textual 2. Os meandros da pós colonialidade literária
II PARTE LITERATURA E HISTÓRIA: O CASO DE ANGOLA
Pelos trilhos literários do processo histórico angolano 1. Breve panorâmica 2. Pelos trilhos da História: um processo de escalpelização
Cartografias da identidade 1. A instituição literária e as matrizes da angolanidade 2. Os interditos coloniais da identidade literária 3. A espessura prospectiva da identidade literária 4. A desorientação dos mapas identitários pós coloniais
III PARTE FICÇÃO E HISTÓRIA NA OBRA DE PEPETELA
Vectores de geografias históricas 1. O discurso da História como construção do futuro 2. Os limites da imparcialidade do discurso da História 3. Duas lógicas na textualização do passado: a convenção da veracidade e a convenção da ficcionalidade 4. A pragmática da escrita histórica 5. A substância da representação do factual e a rarefacção do referencial na escrita pepeteliana 6. Vectores do sistema pepeteliano da História 6.1. Da História à estória: A Gloriosa Família 6.2. O vector oral do registo transdiscursivo em Lueji 6.3. A aura da voz no registo da História 6.4. A derivação colonial da identidade cultural: Yaka 7. Ressonâncias do futuro: ecos do passado em vozes do presente
Lugares da utopia da escrita 1. Lugares e tempos de utopia 2. Calpe: a utopia num mundo imperfeito 3. Do Mayombe à Caotinha: caminhos da distopia 4. A Munda e a suspensão da descrença 5. Tempos (de) adventos: uma corografia do futuro 6. Da escrita da utopia à utopia da escrita 7. Da utopia da escrita ao devir da heterotopia 8. De utópicos a profetas: Sem Medo e Aníbal, ecos de um futuro adivinhado 9. Para além da ficcionalidade: a construção do processo autoral na ficção pepeteliana CONCLUSÃO POSFÁCIO (Laura Cavalcante Padilha) BIBLIOGRAFIA O AUTOR (Breves notas biobliblográficas)
A AUTORA: Inocência Mata é professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com pós-doutoramento em Estudos Pós-coloniais. Membro do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e Membro Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Tem vários livros publicados e dezenas de ensaios publicados em revistas de especialidade nacionais e estrangeiras, centrando-se a sua actual área de pesquisa nas literaturas pós-coloniais, na questão do pós-colonialismo e metodologias críticas, em questões de identidade, etnicidade e género, multiculturalismo e dinâmicas identitárias em processos de encontro cultural e contextos multiculturais. Porém, o estudo das literaturas africanas e o seu ensino continuam a ser o campo de pesquisa privilegiado.
Detalhes:
Ano: 2012
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 386
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-033-9
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