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Sinopse:
Porque se trata de venerar uma personalidade santa muito próxima de nós – padroeira da instituição académica a que pertencemos –, sentimo-nos na obrigação de manifestar não só a nossa veneração pela Rainha Santa Isabel, mas também de deixar expressa a nossa emoção por nos vermos a pisar a mesma terra que ela calcou e a subir algumas das ruas que ela calcorreou (o asfalto tornou-as negras, sim – mas também o hábito de Clarissa em que ela quis ser amortalha era dessa cor: para ela, sinal de humildade que era de identificação com os mais pobres). (…) ¶ Com algum atrevimento, julgamos que não nos basta a figura que dela traçaram os que foram beneficiados pela bondade que ela transmitia e dela os aproximava, descobrindo nela o reflexo de Deus. ¶ Porque muito lhe queremos e porque sabemos que é indelével o traço que delineou o seu perfil de santidade e que este é único, queremos tributar-lhe também o nosso preito em análise discursiva, ousando delinear a sua imagem à nossa maneira, para integrar em traços próprios o seu exemplum de virtude, que, sendo virtude, é fortaleza de assumir as condições humanas e é benevolência para com as condições de muitos que a ela acorrem. [Aires A. Nascimento]
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Com a publicação do presente trabalho do confrade Aires A. Nascimento sobre a Rainha Santa Isabel, padroeira da Academia das Ciências, cumpre-se um preceito que remonta a 1780, data da primeira sessão solene da instituição, preceito tão actual como por vezes esquecido, o qual diz o seguinte: “A Academia tem declarado que não serão incluídas nas Memórias senão cousas novas ou aperfeiçoadas de maneira que interessem o Público”. ¶ Com efeito, lendo e relendo esta magnífica dissertação, não se encontra nela qualquer afirmação susceptível de ser contestada, nem, muito menos, qualquer deficiência de informação no estado actual da questão aí ventilada, isto é: quem executou a pintura isabelina exposta na sala da presidência, de que modo se integrou no património móvel da Academia e quais as suas características pictóricas ou imaginísticas. [Artur Anselmo, ao tempo, presidente da Academia das Ciências de Lisboa]
Índice:
Palavra de abertura…
1. Nota prévia: Um quadro na Academia das Ciências de Lisboa
2. Entre leituras e devoções, profanos em convívio com santos: Hagiografia e História, nas oscilações do Tempo, em busca de acerto com o Eterno
3. Rainha e santa: o enlevo de um povo
4. Origens aragonesas, com raízes mais longínquas
5. Beleza de encantar
6. Isabel esposa de bênção para o rei, em tempo de penitência
7. Rainha de concórdia, por entre desavenças familiares
8. Mudança de estatuto de vida, sem mudança de estado
9. “São rosas, meu senhor”
10. Rainha que não professou nem viveu em clausura, mas foi clarissa, por escolha
11. Memórias primeiras: homenagem e afecto
12. Franquear distâncias: Roma em culto oficial retardado
13. Narrativas hagiográficas e traços de santidade ...
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AUTOR:
AIRES A. NASCIMENTO, n. 1939 (Palhais, Trancoso), tem longo percurso académico: Prof. Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ocupou-se de temas diversos de Filologia (textos e manuscritos) e de História (sentido do tempo), como consta nos ensaios recolhidos em Ler contra o Tempo; atenção particular lhe mereceu a Hagiografia medieval, com as problemáticas da Legenda e do Milagre e as reflexões sobre Imagem e Texto, através de considerações em torno de Iconografia e Iluminura. Nesse plano se integra a monografia que dedica à Rainha Santa Isabel, “maior santa, porque rainha, tanto maior rainha, porque santa” (no trocadilho do P.e António Vieira); merecem-lhe atenção aspectos menos comentados por outros, como é atender a duas Cantigas que o rei D. Dinis terá dedicado à Rainha e como é trazer à colação a sua correspondência epistolar, reveladora de uma personalidade conciliadora em situações de conflitos familiares; presta também atenção ao elogio histórico desenvolvido em ritual académico e atende à iconografia da Rainha Santa: para ilustração desse tema traz à consideração um quadro esquecido na Academia das Ciências de Lisboa, mas atribuído, por tradição, à princesa D. Maria Francisca Benedita, irmã da rainha D. Maria I; aduz-se aqui que esse quadro deve ter pertencido à antiga Galeria de Fr. José Mayne.
Detalhes:
Ano: 2019
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 198
Formato: 23x16
ISBN: 9789896898793
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