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Sinopse:
Este livro reúne muitos dos textos ateístas, agnósticos, céticos, antirreligiosos, anticristãos, anticatólicos, e anticlericais, que foram escritos por Fernando Pessoa, ao longo de toda a sua vida, e que foram publicados até hoje. São textos de poesia e de prosa, uns literários e outros não literários, aqui anotados e organizados por diversos capítulos. Estes textos aparecem em Fernando Pessoa ortónimo, mas também em praticamente todos os seus heterónimos, o que revela portanto que a sua descrença em Deus e a sua crítica às religiões, encontra-se ao longo da sua vasta obra. Apesar da aspiração de Fernando Pessoa ao Ilimitado, e à Perfeição, e da sua busca de um significado para a Vida, isso não é a mesma coisa que acreditar em Deus, conforme se pode confirmar nestes textos. Este livro mostra que o ateísmo, a antirreligião, e o anticatolicismo, presentes nos vários textos de Fernando Pessoa, são algo pensado e defendido enquanto escritor e ensaísta, e também algo sentido e assumido enquanto indivíduo.
Índice:
PREFÁCIO
ORTÓNIMO
POESIA Perante o Universo, mudo “Deus, soberba, infinito” em Grão Berreiro Agnosticismo superior O mal e o crime Cantares Epitáfio – religião Beija-mão O raio de sol que irradia Ó sonho a quem primeiro eu chamei Deus Nova ilusão Tédio Últimas palavras Um Deus cansado de ser Deus em vão Paraíso Deus E, horror! O braço Vivo entre cães Frei João Ah, quem nos dera a calma Buda Cansado dos deuses Epigrama Os lírios do país do sonho O louco sente-se Imperador ou Deus Os deuses, não os reis, são os tiranos Natal Ah, como o sono é a verdade, e a única Não são os reis e os povos rebelados Sim, se Deus fora um, e fora justo Puseste a crença num Deus justo e bom Chorais em vão, no aspérrimo desterro Quais milagres de Lourdes, meu amigo! Sonhos, sistemas, mitos, ideais… Meus dias passam, minha fé também Que triste, à noite, no passar do vento Nunca soube querer, nunca soube sentir, até Sim, sim, eu conheci-o Nas grandes horas em que a insónia avulta Na pior consequência de pensar Canto a Leopardi Se há arte ou ciência para ler a sina O cão que veio do abismo Solenemente Santo António S. João S. Pedro Sim, é o Estado Novo Poema de amor em estado novo Sobre as almas e a sua consciência Guerra Junqueiro A Cristo Há um método infalível A corveta andorinha E a alma, tendo sonhado os seus céus Oh miseráveis escravos Rubaiyat Fausto no seu laboratório Fausto ao espelho A vida é má e o pensamento é mau Já estão em mim exaustas Desejava querer fugir de mim Diálogo na noite Valendo mais ou menos entre si Morrer – esta palavra toda horror Ah que nunca a verdade definida Do eterno erro na eterna viagem
CONTOS E OUTROS TEXTOS DE FICÇÃO A hora do diabo Diálogo entre um católico e um cristão Marcos Alves Manuel Fontoura O banqueiro anarquista O padre Jesuíno O eremita da serra negra Doloroso Memórias de um ladrão Alegações finais O desconhecido Salomé Calvário Diálogo no jardim do palácio Diálogo sobre a tirania Diálogo filosófico Metafísica do Dr. Neibas Na Casa de Saúde de Cascais
TEXTOS DE ENSAIO Introdução ao estudo da metafísica Não será um defeito considerar o aspeto metafísico O Cristianismo historicamente considerado O facto capital da nosa civilização O fenómeno religioso é um elemento dissolvente das sociedades Civilização cristã O que a nós verdadeiramente nos caracteriza Os caminhos do misticismo e da magia O misticismo A mediunidade e o espiritismo Os argumentos relativos à demonstração da existência de deus Teísmo No fundo, o Homem religioso é um hedonista A Religião A Filosofia grega É, porém, um facto curioso que a religião Libertemos o nacionalismo dos seus agregados espúrios Concebendo a verdade só como católica romana Há três forças realmente internacionais Marcha sobre roma Fátima Paris, Londres, Roma Heróstrato A carência de uma fé religiosa Desde que no Homem desperta e vive o pensamento abstrato O Homem é essencialmente egoísta Na fórmula do Concílio O segundo elemento do martírio moral Combativo, o árabe
TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS E DE REFLEXÃO PESSOAL Páginas do Diário Depressa descobri que a minha constituição era assim Não amava eu Heraclito ternamente É agora necessário que eu diga que espécie de homem sou Ficarei o inferno de ser eu O homem, bobo da sua aspiração O grande Shakespeare que é toda a gente Nunca realizamos o que queremos Para Orpheu Uma estranha náusea Há coisas em mim Felizes aqueles A minha imagem Aqueles que sofrem Explicação de um livro Carta ao prior dos Mártires
PROJETOS DE TEXTOS Plano literário d’«O Phosphoro» Artigos no “Phosphoro” O Iconoclasta. Quinzenal O Iconoclasta Um grande poeta materialista (alberto caeiro) O livro da transformação, ou livro das tarefas Trilogia da noite David Merrick – livros a sair
HETERÓNIMOS PRINCIPAIS
ALBERTO CAEIRO
POESIA Há metafísica bastante em não pensar em nada Esta tarde a trovoada caiu Num meio-dia de fim de Primavera Só a Natureza é divina, e ela não é divina… Se quiserem que eu tenha um misticismo Bendito seja o mesmo sol de outras terras Seja o que for que esteja no centro do mundo Ah querem uma luz melhor que a do sol! Tu, místico, vês uma significação em todas as coisas Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito Ponham na minha sepultura Quem tem flores
PROSA Entrevista com Alberto Caeiro
RICARDO REIS
POESIA Não porque os deuses findaram Aqui, sem outro Apolo do que Apolo Meu gesto que destrói Nada me dizem vossos deuses mortos Não torna ao ramo a folha que o deixou Se em verdade não sabes Quero dos deuses só que me não lembrem Os deuses e os Messias que são deuses Se a cada coisa há um Deus que compete Amo o que vejo porque deixarei
PROSA
Um dos mais perniciosos efeitos da religião Olhado com desprezo e aversão indiferente O Cristismo está em liquidação Reconstruir o paganismo Ao contrário da sensibilidade cristã Maurras e os seus são os românticos da disciplina A religião é a redução a ilegítima de uma coisa legítima A ciência não curará muitos vícios, mas também não provoca nenhuns
ÁLVARO DE CAMPOS
POESIA Não há abismos Tabacaria Carry Nation Esta velha angústia Barrow-on-Furness Dá-nos a tua paz Ultimatum
PROSA O meu mestre Caeiro Desde que se pensa a sério em qualquer coisa Deus é um conceito económico Mensagem ao diabo O que a nossa época sente Entrevista
BERNARDO SOARES Nasci em um tempo Quando, como uma noite de tempestade Choro sobre as minhas páginas imperfeitas A Metafísica pareceu-me sempre Onde está deus, mesmo que não exista? Quando nasceu a geração a que pertenço Somos morte Quantas coisas, que temos por certas ou justas Não se subordinar a nada Nenhum prémio certo tem a virtude Desde o meio do século dezoito Tão dado como sou ao tédio A História nega as coisas certas Adoramos a perfeição, porque a não podemos ter Pertenço a uma geração que herdou a descrença na fé cristã A loucura chamada afirmar, a doença chamada crer O campo é onde não estamos Quedar-nos-emos indiferentes Nunca tive alguém a quem pudesse chamar “Mestre” Atingir, no estado místico O mais alto grau do sonho Morreu pela pátria Sinfonia da noite inquieta
OUTROS HETERÓNIMOS
CHARLES ROBERT ANON
POESIA Seja feita a tua vontade Epitáfio de Deus Epitáfio da Igreja Católica
PROSA
Excomunhão
Um ódio às instituições
Eu era um génio
HORACE JAMES FABER Plausibilidade de todas as Filosofias
ALEXANDER SEARCH Trabalho Obra de Deus O Apóstolo Homens de Ciência A última das coisas O padre e o carrasco Epigramas Ninharias A mulher de negro A tristeza veio para chorar Epitáfio
PROSA Pacto para a vida de Alexander Search
JEAN SEUL DE MÉLURET
O caráter mais repugnante destas obras
PANTALEÃO
POESIA Abaixo a guerra, a tirania Há um método infalível
PROSA Carta
JOAQUIM MOURA COSTA Disse Deus a Moisés Este tal Robertson, diz Jesus Cristo Nada Ao poeta Gomes Leal A Igreja Católica O Diabo Origem metafísica do Padre Matos
CARLOS OTTO Epigrama
VICENTE GUEDES O asceta
BARÃO DE TEIVE Pertenço a uma geração
RAPHAEL BALDAYA Tratado da negação Os místicos, esotéricos e outra gente assim
ANTÓNIO MORA Como vimos (where before?), a Europa Causas da religião A Igreja Católica é a inimiga de todo o nacionalismo O ódio entre católicos e protestantes A religião cristista Dizei-me porém se, ignorantes de todo Cristianismo Teoria dos deuses O Cristianismo, pelas três origens que teve Das virtudes a que o Cristianismo incita Uma demonstração, feita sobre uma lenda conhecida A que leva a moral excessiva? Origens do cristianismo Adentro do paganismo não há heresias O que são os deuses O catolicismo
FRIAR MAURICE Porque sou tão infeliz?
HETERÓNIMO NÃO IDENTIFICADO Imoralidade do Catolicismo
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
AUTOR:
VICTOR CORREIA frequentou a Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma (formação em Filosofia). Frequentou também o curso de piano, durante alguns anos, na Escola de Música de São Teotónio, em Coimbra. Concluiu a licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é pós-graduado em Formação Educacional, na mesma Faculdade, e tem o Mestrado em Estética e Filosofia da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Letras (formações obtidas antes do Processo de Bolonha). É doutorado em Filosofia Política e Jurídica, na Universidade da Sorbonne, em Paris, onde foi orientado pelo filósofo francês Yves Charles Zarka. É pós-doutorado em Ética e Filosofia Política, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem exercido funções de docência na sua área de formação, e tem organizado e apresentado comunicações em várias conferências. É membro de algumas associações científicas e culturais. Tem publicado diversos artigos em jornais, e em revistas nacionais e internacionais. Tem também alguns livros publicados.
Detalhes:
Ano: 2019
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 308
Formato: 23x16
ISBN: 9789896898526
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