Cem Dias de Solidão

Crónicas Pedagógicas na Babel Contemporânea




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Temas: Pedagogia

Sinopse:

Ora, a história dos seres humanos construtores da antiga Torre de Babel servia, segundo a tradição, como exemplo da arrogância da humanidade, que um Deus todo-poderoso e punitivo castigou. Assim entendido, dispersou os seres em comunidades distantes entre si, multiplicando as línguas de modo que nunca mais se voltariam a compreender a não ser de modo inacabado devido à falácia das traduções e à ignorância dos intérpretes. Valorizamos esta falácia e esta ignorância: pertencem as duas ao universo do inacabado, que é também o universo do ainda-por-imaginar. Queremos pensar a Torre de Babel de outro modo. Vamos, portanto, introduzir mais um ruído no meio do nosso diálogo que a tradição também atravessará. Com efeito, quem ficou castigado não fomos nós, já que perante a dispersão e a confusão, crescemos em meios de sobrevivência, comunicação e cultura, i.e., em auto-conhecimento. Aprendemos novamente que o mundo não nos é simplesmente dado: ele e tudo o que nele vive e persiste exige de nós uma reacção, uma resposta, eventualmente, uma responsabilidade, quanto mais não seja, o nosso testemunho.

Índice:

Prefácio
Cem posts em torno da condição docente na Torre de Babel contemporânea: epígrafes, temas, apontamentos, epílogos
Nota

CEM DIAS DE SOLIDÃO
Os Posts
1. Em prol de uma história babélica: entre o reproduzir que deslegitimae o produzir que nos chega do alto da história por inventar
2. Em torno da natureza da Engrenagem que nos esmaga
3. Monólogo-diálogo ou o agon interior: em torno da representação da nossa ausência
4. Apontamento: reinvent your life
5. Em torno do cinema actual muito visto e muito comentado: sinais desde o império dos sentidos
6. Apontamento: about loss
7. Em torno da posição das subjectividades no agenciamento do seu processo de aprendizagem
8. Apontamento: esboço descritivo do exterior do Tribunal localizado em Dedham, Massachusetts, onde se condenaram à morte Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, electrocutados posteriormente em 1927
9. Em torno da babel-ogia: doze premissas e uma conclusão
10. Apontamento: pedido de desculpa aos amigos pelo meu silêncio tecnológico
8 Christopher Damien Auretta
11. Em torno do verbo tripaliare
12. Uma breve lição de antropologia de café
13. Breve conto infantil para adultos assustados
14. Brevíssimo diálogo
15. Em torno da Babel-ogia
16. Em torno de um soneto de Jorge de Sena (onde a palavra se metamorfoseia em sugestibilidade etimológica, em eros semântico): novas línguas babélicas: uma resposta nossa em prosa
17. On the Question of Subjective Agency vs the Inhuman in the Present-day Educational Agenda
18. Sorriso e contra-sorriso
19. Primeiro vislumbre de loucura: na linhagem de Diógenes de Sinope (circa 412 AEC- circa 323 AEC)
20. Apontamento: em torno da memória e da identidade em Babel
21. Breve diálogo em torno do estado actual da linguagem humana
22. O mundo carceral e a burocratização da morte
23. Novas disposições na Torre de Babel: em torno da homofobia actual e da linguagem como creche do inumano. Excerto de uma carta a um amigo (em torno de três portais)
24. Em torno do «indivíduo funcional» segundo Imre Kertész
25. Que vemos?
26. Apontamento: abundância e penúria na Torre de Babel
27. Três momentos na companhia de Noam Chomsky e outros em torno do sentido e missão da educação
28. Apontamento: sobre os seres sem morada
29. Apontamento: vivendo e desaparecendo no bazar da modernidade
30. Apontamento: sete perguntas e uma premissa
31. Em torno da lei da queda dos graves
32. Em torno de três compositores de ópera italianos
33. Apontamentos: em torno do elemento erótico do pensar
34. To Buy or to Be
35. On Growth in the Hive
36. Em torno da música e da guerra perpétua
37. Brevíssimo diálogo em torno de uma pedagogia sustentável
38. Em torno da greve necessária na Torre de Babel
39. Apontamento: on the end of the Tower of Babel
40. Excerto de uma carta em torno do actual lirismo excremental na Babel contemporânea
41. Em torno do mundo académico e dos pássaros, ou habitus, habitat, habititaté
42. Apontamento: sobre o ler e sobre a poesia
43. Apontamento: auto-reflexão
44. Excerto de uma carta a um amigo: em torno do estado actual da Torre de Babel contemporânea
45. Em torno da obsolescência num mundo de velocidade: a negação do ser e a Escola-Fábrica
46. O sonho e uma lição de Gregor Samsa para cidadãos babélicos (sem o saberem)
47. Confissão do docente
48. Em torno do inacabado
49. O que aprendi hoje em diálogo com docentes actualmente no activo e com aspirantes à profissão
50. Uma breve crónica em torno da Torre de Babel contemporânea: do dromosférico ao dronosférico
51. Breve crónica escrita na Torre de Babel contemporânea
52. Em torno da identidade e da memória
53. Em torno da(s) Torre(s) de Babel
54. Breve crónica escrita no ventre da Besta
55. Em torno do chumbo e dos rascunhos
56. Apontamento: a vida é crise
57. Apontamento: contra a avaliação
58. Apontamento: no ventre da Besta
59. Apontamento: a força da fragilidade
60. Uma breve crónica do nosso dia-a-dia no século XXI
61. Apontamento: a tecnologia não é apenas uma ferramenta
62. Apontamento: desistir é viver menos
63. Franz Kafka, The Metamorphosis (written in 1912), and the monstrous in us, which modernity does not redeem. Premonitions of a diminishing universe or the diminishment of reason in a rationalized world?
64. Um verso é um mundo: “Inútil definir este animal aflito”: em torno de um poema de António Gedeão
65. Apontamento: uma desconstrução
66. Apontamento: o perigo
67. Em torno do filme “Paris, Texas”: uma cidade inexistente, um estado mítico. Terra (território), Casa (origem) e Mobilidade (exílio e expiação). Uma parábola cinematográfica de Wim Wenders para modernos e exilados
68. Em torno do filme Irmão, onde estás? dos irmãos Coen e do estado do mundo: o cinema como missão museológica. Manifestações da Torre de Babel contemporânea em dois momentos
69. Em torno da pobreza dos modelos e da sua reprodução no espírito dos dirigentes
70. Em torno das maiorias e das minorias segundo Deleuze
71. Em torno de sermos excedentários
72. Em torno da guerrilha actual
73. Sobre o estar sentado na sala de aula
74. Sobre a falácia dos suínos. A propósito desta falácia lógica com raízes bíblicas, com a dimensão de uma parábola cristológica e com aplicações na psicanálise
75. A solidão e a comunhão: as narrativas que nos salvam
76. Excerto de uma carta enviada a uma colega em torno da seguinte questão: Does the work environment affect the level of a teacher's passionate engagement with teaching?
77. Excerto de uma carta a um colega
78. Em torno de um soneto de Camões e da biografia do mundo
79. Em torno da etimologia da palavra «autor»
80. Uma TED Talk de Sir Ken Robinson: “Ken Robinson: How to Escape Education's Death Valley”. A cultura pedagógica: provocadora, inovadora, criativa
81. Em torno da experiência profissional de uma docente e da sua caracterização do ensino actual
82. Em torno do artigo “The Collapse of Journalism and The Journalism of Collapse” de Robert Jensen
83. A modernidade on-line, o mundo em rede: elementos, ora libertadores, ora perturbadores: Edward Snowden perante o Bestiário (que também mora connosco em Babel): três momentos e ainda dois epílogos
84. Duas leituras do poema “Tabacaria” de Fernando Pessoa, poema atribuído pelo autor ao seu heterónimo “Álvaro de Campos”
85. Em torno do filme O nascimento de uma nação [The Clansman [título do romance de Charles Dixon, Jr. (1864-1946), em que se baseia o filme], título mudado para The Birth of a Nation] (1915) de D[avid].
W[ark]. Griffith (1875-1948): “Nascimento de um público/Mitos cinematográficos de uma nação”
86. Benjamin Zander (n. 1939), maestro, violoncelista, membro do corpo docente da Yehudi Menuhin School for Gifted Children (Inglaterra)
87. Dois momentos em torno de José Ortega y Gasset (1883-1955). Excertos do ensaio “Ciência e cultura” patente no volume A missão da universidade: rumo a uma pedagogia da pessoa à altura do seu tempo; em torno da sua expressão “centauro ontológico” com que define a natureza humana
88. Konrad Lorenz (1903-1989), etólogo e ornitólogo, recipiente do Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1973, de origem austríaca: um excerto da sua obra A agressão, Uma história natural do mal. Uma meditação em torno do filme Elephant de Gus van Sant (2003)
89. O docente, consciente do seu agon, escreve daquilo que mais ama: um breve manifesto pedagógico (uma reflexão em inglês, primeira parte). Reprise parcial do post 81.
90. O docente, consciente do seu agon, escreve daquilo que mais ama: um breve manifesto pedagógico (uma reflexão em inglês, segunda parte). Reprise parcial do post 77.
91. Em torno da minha morada num dos andares da Torre de Babel contemporânea (uma breve prosa em inglês)
92. Em torno de John Dewey (1859-1952) – filósofo, psicólogo, visionário pedagógico de origem americana – e do seu conceito da educação como “growth”
93. Ainda em torno de John Dewey e do seu conceito de “growth”
94. Em torno do que aprendi com os meus alunos hoje: um diálogo
95. Ainda em torno do que aprendi com os meus alunos hoje
96. Ainda mais em torno do que aprendi com os meus alunos hoje
97. Em torno de um excerto da Quinta Carta patente na obra Resistir da autoria de Ernesto Sabato
98. Em torno de quatro escritores: Álvaro de Campos, Ernesto Sabato, Giorgos Seferis, José Saramago
99. Em torno da sala de aula no seu cruzamento com o mundo contemporâneo e da nossa Torre de Babel colectiva
100. O que tenho aprendido em diálogo com alunos




O AUTOR:
Christopher Damien Auretta doutorou-se pela Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA. Lecciona na Universidade Nova de Lisboa onde organiza seminários em Pensamento Contemporâneo e na área de Ciência e Literatura, focando, sobretudo, exemplos da representação estética na modernidade técnico-científica. Tem publicado e/ou participado em colóquios debruçando-se sobre a obra de António Gedeão, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Machado de Assis, Primo Levi e Roald Hoffmann, bem como sobre questões relacionadas com a bioarte. Tem traduzido e publicado em inglês poesia de Fernando Pessoa e António Gedeão. * Entre as suas publicações recentes, contam-se Dez Anos in Portugal, Ensaios, Prosa, Poesia; Álvaro de Campos, Autobiografia de uma Odisseia Moderna; Diário de Bordo, Aspectos do Pensamento Contemporâneo; Pequeno vade-mécum ad loca infecta: para docentes, estudantes e outros mártires (=testemunhas) da modernidade cansados mas ainda capazes de uma ténue esperança e Em torno do cinema, Visualizando a modernidade: narrativas e olhares do ecrã, todas publicadas na Colibri.

Detalhes:

Ano: 2014
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 250
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-413-9
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