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Sinopse:
O que são estes ABCs que “na boca do povo” podiam designar qualquer obra rimada? E também se referiam às cartilhas de ABC (alfabeto e silabário) usadas na aprendizagem da leitura em aulas de instrução primária. De facto, ao longo do tempo, todo e qualquer texto (pedagógico, literário, jurídico) estruturado pelo alfabeto chamou-se Abecê, abecedê, alfabeto, ABC, abecedário. Mas enfim, o que são estes ABC de cordel?
Estas singulares obras poéticas didácticas descritivas, enumerativas e até narrativas, cujas estrofes seguem a ordem do alfabeto? Como é que estas lições poéticas, estas louvações cantadas em lugares públicos e impressas em folhetos, chegaram ao Brasil? Qual é a sua função social? Quais são as tradições literárias e heranças culturais expressas de cada vez que a voz pronuncia o poema numa performance única e pessoal?
Nestas páginas, o leitor poderá, num primeiro tempo, compreender como a tradição formal e temática dos ABC poéticos (acrósticos alfabéticos) que, ao serem impressos no contexto da literatura de cordel, se chamam em Portugal e no Brasil, ABC de cordel, contam a história dos textos orais e dos textos escritos. Conhecendo os elementos constitutivos desta forma poética tradicional mnemónica (estrofes, imagens, ritmos, formas orais tradicionais, tais como os discursos directos, provérbios, citações…) e o dinamismo da sua estrutura alfabética, o leitor terá “de A a Z” as chaves que o auxiliarão na leitura em voz alta ou silenciosa dos textos reunidos na Antologia de ABC poéticos (segunda parte). Para futuras investigações, um catálogo de referências foi constituído. Ele fecha temporariamente a viagem no tempo da poesia acróstica apresentada nesta obra.
Índice:
I – O Abc poético: uma forma poética tradicional I.1. A «estética alfabética» I.1.1. A função enumerativa do alfabeto I.1.2. A função associativa do alfabeto I.1.3. A função anunciadora do alfabeto I.1.4. Estrofes ‘preambulares’ e conclusivas
I.2. «Alfa-verbaliser le monde»: lições em alfabeto I.2.1. Escrita e oralidade: o ritmo do alfabeto I.2.2. «Até fizeram um Abc!»
I.3. O Abc poético no Brasil I.3.1. De «A a Til»: o Abc poético na literatura oral I.3.2. De «A a Z»: o A.B.C. de cordel
Obras citadas
Bibliografia
II – Uma Antologia de Abc poéticos II.1. Abc poéticos em latim (manuscritos) II.2. Abc poéticos em língua vernácula (manuscritos) II.3. Abc poéticos em língua vernácula (publicados) II.4. Abc poéticos em língua vernácula coletados da tradição oral (publicados)
II.5. Abc poéticos publicados na literatura de cordel portuguesa e brasileira (antologias e folhetos)
Fontes
III – Um Catálogo de Abc poéticos III.1. Abc poéticos em latim (manuscritos) III.2. Abc poéticos em língua vernácula (manuscritos) III.3. Abc poéticos em língua vernácula (publicados)
III.4. Abc poéticos em língua vernácula coletados da tradição oral (publicados) III.5. Abc poéticos em língua vernácula publicados na literatura de cordel (antologias e folhetos)
Fontes
IV – Anexos
A AUTORA:
Véronique Le Dü da Silva-Semik é investigadora do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT) em Lisboa e do Centre de Recherche Interdisciplinaire du monde Lusophone (CRILUS) em Paris. Doutorada em Línguas e Literaturas românicas lecionou na Universidade de Paris Ouest Nanterre La Défense e na Universidade de Provence (Aix-Marseille). Especialista no estudo das formas tradicionais mnemónicas na tradição oral e na literatura de cordel portuguesa e brasileira. Atualmente é bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e dedica-se aos manuais de cartas de amor (epistolografia) publicados no fim do século XIX e começo do século XX em Portugal.
Detalhes:
Ano: 2012
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 386
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-203-6
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